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- A nomeação dos novos integrantes do governo não trouxe impacto na bolsa de valores. Na avaliação de analistas, os nomes anunciados já eram esperados pelo mercado
- Entre as nomeações, a presença do futuro vice-presidente Geraldo Alckmin para o comando do Ministério da Indústria e Comércio agradou o mercado diante da sua capacidade de articulação com o setor
- Já Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, anunciou Rogério Ceron para o comando da secretaria do Tesouro Nacional e Robinson Barreirinhas para chefiar a Receita Federal
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, anunciou 16 ministros do seu futuro governo no fim da manhã desta quinta-feira (22). Entre as nomeações, estão o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que ocupará o Ministério da Indústria e Comércio e a economista Esther Dweck para o Ministério da Gestão.
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Logo depois, por volta das 14h, foi a vez do futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad comunicar os novos integrantes da equipe econômica do próximo governo. Na avaliação de analistas, as nomeações não trouxeram surpresas para o mercado, mas sinalizaram qual será a condução do novo governo no campo econômico.
A nomeação de Alckmin foi a que mais agradou o mercado, diante da sua capacidade de articulação com o setor e por ser um nome menos alinhado politicamente à esquerda. “A grande questão é se Alckmin terá liberdade para trabalhar. Ele possui a capacidade de chefiar essa Pasta pelo seu histórico político, principalmente como ex-governador de São Paulo, o estado com maior força na indústria”, afirma Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.
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O vice-presidente eleito irá presidir a pasta após empresários, como Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), recusarem o convite para ocupar o cargo. “Resolvi colocar o meu vice para trabalhar. Alckmin vai ter muito trabalho, mas terá imenso sucesso no MDIC. Com sua capacidade de articulação, ele será extraordinário no MDIC”, disse Lula, durante o anúncio.
Já em relação à nomeação da economista Esther Dweck para o Ministério da Gestão, os analistas apontam que a futura ministra tem capacidade técnica e experiência de governo para comandar a pasta. No entanto, a perspectiva é que o seu trabalho esteja mais voltado para a expansão de gastos públicos a partir de 2023.
“O ponto em comum entre ambos, em especial Esther, é de que o Estado deve ser mais presente e “resolver todos os problemas”, o que sem dúvida representa mais aumento do gasto público”, diz Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil.
Já no início da tarde desta quinta-feira (22), foi a vez do futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad anunciar os integrantes da sua equipe econômica. No comando da secretaria do Tesouro Nacional, Haddad nomeou o auditor fiscal de carreira Rogério Ceron para o cargo.
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Já o ex-procurador-chefe da Fazenda da cidade de São Paulo Robinson Barreirinhas irá comandar a Receita Federal, enquanto o economista Guilherme Mello foi confirmado para ser secretário de política econômica. “São nomes que o mercado espera de um governo mais de esquerda que deve privilegiar o tamanho do Estado como um motor de crescimento”, afirma Bruno Mori, economista e sócio fundador da Sarfin.
Com a composição econômica mais definida, a atenção dos investidores deve ficar voltada para as discussões sobre uma possível reforma tributária a partir de 2023. Na ótica de Mori, a perspectiva é que o próximo governo trabalhe para expandir a cobrança de impostos a fim de custear o aumento dos gastos públicos.
“Precisamos saber o que vai ser tributado. Fala-se sobre a tributação de dividendos. Quais dividendos serão tributados?”, diz o economista. “Esse deve ser o cenário, mas precisamos esperar o que vai acontecer”, acrescenta. Veja nesta reportagem sobre o que o mercado espera em relação ao pagamento de dividendos.
Com informações da Agência Estado
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