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- Um ano após estrear com barulho na NYSE, o ambiente macroeconômico mudou e o Nubank alterou algumas engrenagens
- Desde a estreia nos pregões, os juros subiram aqui e lá fora, e provocaram correção nas ações de empresas ligadas à tecnologia
- Atualmente, a ação é negociada na casa dos US$ 4,00 e o banco digital vale US$ 20 bilhões, pouco menos que o Santander
Um ano após estrear com barulho na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), o ambiente macroeconômico mudou completamente e o Nubank alterou algumas engrenagens, se adaptando tanto ao ritmo das empresas de capital aberto quanto a um cenário mais hostil no mercado, especialmente para as empresas de tecnologia.
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A fintech fez mudanças em alguns de seus produtos, decidiu encerrar a dupla listagem e, na semana passada, viu o CEO, David Vélez, abrir mão de um plano de remuneração de centenas de milhões de dólares, em movimento que deve aumentar o lucro nos próximos anos.
Desde a estreia do Nubank nos pregões de Nova York e São Paulo, em dezembro do ano passado, os juros subiram aqui e lá fora, e provocaram um movimento de correção nas ações de empresas ligadas a tecnologia, que ainda não davam resultado, mas prometiam muito crescimento futuro.
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No Brasil, a alta de juros foi acompanhada de uma inflação persistente, que reduziu a renda disponível da população e fez a inadimplência subir. Esse ambiente reduziu o valor de mercado de empresas de tecnologia e com o Nubank não foi diferente.
A fintech estreou na NYSE em 9 de dezembro, com ação a US$ 9,00 e avaliada em US$ 52,5 bilhões, mais que todos os grandes bancos brasileiros, incluindo Itaú Unibanco, o maior da América Latina. No primeiro dia, o papel disparou 26%. Atualmente, a ação é negociada na casa dos US$ 4,00 e o banco digital vale US$ 20 bilhões, pouco menos que o Santander.
Se antes o investidor estava animado com a perspectiva de longo prazo, agora quer ver lucro. “Em um momento mais desafiador, em um mercado que pede rentabilidade maior no curto prazo, é importante provar que conseguimos executar o modelo de negócios. Existe uma pressão para olhar as alavancas em busca de eficiência”, disse Vélez ao Broadcast.
Movimentos
Diante deste cenário, a fintech fez uma série de movimentos para ganhar eficiência. Em julho, anunciou que a NuConta passaria a entregar rendimentos sobre os depósitos a partir do 30º dia e não a partir do primeiro, como anteriormente. O objetivo era reduzir os custos de captação, uma vez que o rendimento é de 100% do CDI.
Os resultados começam a aparecer: no terceiro trimestre, o custo de captação do neobanco caiu para 95%, após alguns trimestres em 98%. “Os custos de captação já começaram a cair. Em setembro, na realidade, atingiram 91% do CDI”, disse o CFO do Nu, Guilherme Lago, a analistas neste mês.
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Outra decisão foi a de fechar o capital no Brasil. O Nubank vai trocar o programa de Brazilian Depositary Receipts (BDRs), os recibos brasileiros de suas ações, para não precisar manter o registro de companhia aberta no País. Na estrutura atual, que surgiu no IPO, a fintech tem trabalho (e custo) duplicado nas divulgações de resultados e de documentos regulatórios.
O passo mais recente, anunciado nesta semana, veio de Vélez. Ele abriu mão do plano de remuneração variável acertado com a fintech através do qual ganharia mais ações se o preço dos papéis ficasse acima de determinados patamares nos próximos anos.
O cancelamento deve gerar uma economia de US$ 356 milhões até 2029, aumentando o lucro que o mercado espera que o Nubank passe a gerar. No primeiro semestre, o programa gerou controvérsia após ser alvo de discussões nas redes sociais.
“Vemos este como um gesto positivo, que deve ser bem recebido pelo mercado”, escreveu o analista do Itaú BBA Pedro Leduc. O Goldman Sachs calculou que o fim do plano representa a eliminação de uma potencial diluição de 2% dos demais acionistas da fintech ao longo dos próximos anos.
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O primeiro ano do Nubank como empresa aberta foi marcado pela percepção de que o “jogo virou” a favor dos bancos tradicionais, com acesso a fontes de captação mais baratas (ou gratuitas, como a conta corrente). Vélez discorda. “Em um mercado com mais alternativas, quem oferece o melhor produto ao melhor custo ganha. O Nubank continua oferecendo o melhor produto, e por isso continuamos crescendo mais do que qualquer outro banco”, diz ele.
Entretanto, ainda assim, a fintech está mais seletiva. Desacelerou no crédito, em especial nos empréstimos pessoais, e deve buscar créditos garantidos no ano que vem, como o consignado. Tudo em busca de um equilíbrio entre margem e risco que os bancos também têm perseguido.