Veja o que esperar das ações até o fim do ano (Foto: Adobe Stock)
O balanço do Nubank(ROXO34) no primeiro trimestre de 2025 foi fraco e negativo, mas deve oferecer um bom suporte para a ação no médio e no longo prazo, dizem analistas ouvidos pelo E-Investidor nesta quarta-feira (14). Ontem, o banco reportou lucro líquido de US$ 557,2 milhões no primeiro trimestre de 2025, crescimento de 74% na comparação com o mesmo período de 2024.
Por volta das 14h, os Brazilian Depositary Receipt (BDRs)– título emitido no Brasil que representa uma ação de companhia aberta sediada no exterior – do Nubank subiam 3,03%, a R$ 12,60.
Para os analistas do Safra, o balanço do Nubank no 1T25 foi negativo. Eles comentam que a receita ficou 3% abaixo do esperado devido à menor margem financeira líquida atribuída principalmente à pressão de financiamento no México, com a margem de juros líquida no Brasil expandindo 0,7 ponto porcentual. Eles afirmam que a qualidade dos ativos foi melhor do que o esperado, com antecipação do aumento sazonal natural na inadimplência.
A equipe do Safra notou um tom mais otimista da administração do Nubank em relação ao Pix parcelado, o que, para eles, pode ajudar a acelerar as receitas devido às fortes margens do produto. “Embora isso possa beneficiar os números do ano fiscal de 2025, não gostamos da dependência das receitas distorcidas para a expansão do crédito ao consumidor de alto rendimento em meio a um ambiente de altas taxas de juros”, dizem Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre, que assinam o relatório do Safra.
Trimestre do Nubank foi fraco com alta nas provisões
Segundo informações do Broadcast, o Citi considera que o primeiro trimestre do Nubank foi “fraco” e a empresa mostrou que a margem líquida tem “dependência grande” do Pix financiado, produto em que o Nu só voltou a acelerar em março. Essa composição, na visão do Citi, pode tornar desafiadora uma expansão dos ganhos com o crédito sem uma consequente alta do risco.
“Os resultados mostram que com um impulso mais fraco do Pix financiado a margem financeira líquida perde força, enquanto as operações e a Colômbia continuam pesando tanto nas receitas quanto no lucro por meio do custo de captação”, afirma a equipe liderada pelo analista Gustavo Schroden, em relatório enviado a clientes.
Os profissionais também pontuam que as provisões contra a inadimplênciasubiram significativamente, o que, na visão deles, reflete o crescimento do crédito em linhas e segmentos de maior risco. As Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), dinheiro reservado para cobrir os calotes dos clientes do Nubank, cresceu 17,19% de US$ 830,7 milhões no primeiro trimestre de 2024 para US$ 973,5 milhões.
Cenário macroeconômico pode pesar sobre o Nubank
O BTG Pactual recebeu bem o balanço do Nubank no 1T25 e avaliou que pode oferecer um “bom suporte” para a ação. O retorno patrimonial anualizado (ROE, na sigla em inglês) ficou em 27% de janeiro a março.
Em relatório, o BTG argumenta que, no geral, o primeiro trimestre traz uma mensagem mais positiva do que apenas a confirmação de alguns dos indicadores de desempenho (KPIs) em melhora que começaram a ser observados no quarto trimestre de 2024, o qual considerou “decepcionante”.
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Os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura afirmam que, de uma perspectiva macroeconômica, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro parece estar se mantendo bem e provavelmente haverá um impulso em direção a 2026 com o novo produto do empréstimo consignado privado. Outro ponto é que a provável isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas com ganhos de até R$ 5 mil por mês também estará em vigor no próximo ano.
“Além disso, a melhor divulgação mostrando a dinâmica da receita bruta no Brasil e a forte mensagem de ‘retorno’ do produto de financiamento Pix, combinada com as fortes reservas para créditos não performados (NPLs), nos fazem acreditar que os resultados do primeiro trimestre devem ser favoráveis para as ações do Nubank — mesmo após a alta de 25% nos últimos 30 dias”, escreveram.
O que os especialistas recomendam para as ações do Nubank?
O Citi recomenda a venda das ações do Nubank (ROXO34) negociadas em Nova York com preço-alvo de US$ 9, queda de 31,5% em relação ao fechamento desta terça-feira. O BTG tem recomendação neutra com preço-alvo de US$ 11,50 para o fim de 2025, queda de 12,5%. O Safra também tem recomendação neutra com preço-alvo de US$ 14,00 para o fim de 2025. O banco é o único a prever alta para os papéis, que pode chegar a 7% em relação ao fechamento de terça-feira (13), quando a ação encerrou o pregão a US$ 13,14.