O que este conteúdo fez por você?
- Analistas dizem que a alta da inadimplência e das provisões estão dentro do esperado e fazem parte do negócio do Nubank
- Analistas estimam que Nubank deve apresentar um bom resultado com o lucro sólido no terceiro trimestre
- A compra das ações do Nubank divide analistas, visto que alguns estimam alta e outros calculam que o papel deve cair nos próximos 12 meses
O Nubank (ROXO34) deve reportar um bom resultado, com o lucro em crescimento mesmo com o avanço de provisões devido à piora do cenário da inadimplência, apontam analistas ouvidos pelo E-Investidor. A companhia deve divulgar o seu balanço do terceiro trimestre de 2024 nesta quarta-feira (13), após o fechamento do mercado.
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Para os analistas do BTG Pactual, o lucro do Nubank deve ser de US$ 507 milhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 4% na comparação com o lucro do segundo trimestre de 2024 e uma disparada de 167% em relação ao lucro do terceiro trimestre de 2023. Eles comentam que, embora os dados do Banco Central de julho e agosto mostrem que o Nubank está com o lucro 11% abaixo do esperado pelo mercado, os números de setembro devem impulsionar os resultados do banco, que deve apresentar essa disparada no lucro.
“No entanto, dadas as menores provisões registradas no 2º trimestre, o aumento nos empréstimos classificados como alto risco e a aceleração na concessão de empréstimos, esperamos que as provisões acelerem no 3º trimestre”, afirmam Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, que assinam o relatório do BTG.
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Os especialistas dizem que a própria companhia comentou que a evolução nos níveis de inadimplência está em linha com as expectativas da administração, e tudo está sob controle. O BTG espera que as Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) do Nubank cheguem ao patamar de US$ 842 milhões, alta de 11% na comparação com os US$ 759,8 milhões do segundo trimestre de 2024.
Se as provisões vão subir, as receitas também devem avançar, o que tende a compensar a alta das provisões devido ao crescimento da inadimplência. O BTG estima que as receitas da companhia devem avançar de US$ 2,8 bilhões no segundo trimestre de 2024 para US$ 2,9 bilhões, alta de 5%.
Matheus Nascimento, analista da Levante Inside Corp, também espera um bom resultado do banco no trimestre. Ele diz esperar um crescimento da carteira de crédito, especialmente após a divulgação da entrada do banco em telefonia móvel, o que foi muito bem-visto pelo mercado. O analista comenta ainda que o ponto de atenção segue sendo o nível de inadimplência no Brasil. Na Colômbia e no México, o foco ainda é capturar clientes, por isso, ele estima que é possível que a companhia ainda reporte um custo elevado para capturar esses clientes.
Ele lembra que essa metodologia de expansão do Nubank tende a dar certo nos países da América Latina, visto que a medida foi um sucesso no Brasil. Na última segunda-feira, o Nubank informou que alcançou 100 milhões de clientes no Brasil, número que representa 57% da população adulta do País. Em maio, o Nu já havia atingido essa marca globalmente. Desse modo, o analista espera que essa receita usada no Brasil tende a obter sucesso fora do Brasil.
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“Esperamos que o Nubank reporte um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE, na sigla em inglês) de até 30% no terceiro trimestre de 2024. Esse deve ser mais um trimestre positivo para o banco e ele segue sendo nosso preferido entre os bancos digitais, visto que esperamos um crescimento do banco em praticamente todas as linhas (lucro, receita e rentabilidade)”, aponta Nascimento.
Empréstimo pessoal será destaque no balanço do Nubank
Os analistas do Itaú BBA relatam que o Nubank deve se mostrar como um grande destaque no empréstimo pessoal entre quase todos os bancos. A estimativa é que o roxinho deve reportar um crescimento de 2% a 3% nesse segmento, no qual somente o Bradesco conseguiu mostrar um crescimento acima de 3%.
“Os dados são favoráveis para a Nubank, indicando crescimento potencial acima do mercado, principalmente em empréstimos pessoais. Prevemos um crescimento de 5% no trimestre em cartões de crédito e um crescimento de 11% no trimestre em empréstimos pessoais para o roxinho. O avanço é positivo em comparação com o baixo crescimento de um dígito visto por players privados em ambos os produtos”, afirmam Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, que assinam o relatório do Itaú BBA.
O Itaú BBA calcula que o Nubank deve reportar um lucro líquido de US$ 550 milhões no terceiro trimestre de 2024, uma alta de 104% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os analistas estimam que o banco deve entregar um ROE de 30%, alta de 9 pontos porcentuais em relação ao mesmo período do ano passado. O trio também espera que as provisões da companhia disparem. Eles calculam uma alta anual de 58% para US$ 876 milhões.
Vale a pena investir no Nubank?
Não há consenso entre os analistas consultados pela reportagem. Os analistas da Levante e do Itaú BBA, por exemplo, estão otimistas com o papel. Nascimento, da Levante, reafirma que o Nubank é o seu favorito entre os bancos digitais. “A companhia está começando a brigar em igualdade com os outros grandes bancos, deixando o papel mais atrativo em relação a potenciais crescimentos”, explica.
Já a equipe do Itaú BBA afirma que, se as estimativas deles se concretizarem, o crescimento dos lucros do Nubank será mais rápido e mais impulsionado pela lucratividade da linha de empréstimos e menos pelos custos do Risco, tendendo a agradar mais os mercados. Desse modo, os analistas comentam que, mesmo com o Nubank operando com inadimplência alta com um risco maior que os bancos tradicionais, esse risco compensa os retornos, que também são bem mais elevados.
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“Vemos que a ação é uma boa opção de investimentos e que o papel está sendo negociado a um preço interessante para o investidor. A empresa está num patamar de 22 vezes o Preço sobre o Lucro. A validação e o contexto relativo da lucratividade são cruciais para sustentar esse momento”, apontam Leduc, Raffaelli e Barranjard.
O Itaú BBA tem classificação de outperform para as ações do Nubank negociadas em Nova York, desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra. O preço-alvo é de US$ 17 para o fim de 2025, uma potencial alta de 7,32% na comparação com o fechamento de terça-feira (12), quando a ação encerrou o pregão a US$ 15,84.
O BTG Pactual é o único que possui uma recomendação diferente. O banco tem recomendação neutra para o Nubank com preço-alvo de US$ 13,50 para os próximos 12 meses, uma potencial queda de 14,8% na comparação com o fechamento de terça-feira (12). Os analistas comentam que a ação já passou do seu preço justo e que o investidor deve ter cautela ao investir na companhia, visto que na janela de 12 meses existem outras oportunidades.
Sendo assim, o investidor deve entender que o Nubank (ROXO34) pode ser visto como um bom investimento, mas de longo prazo. Isso porque a própria estimativa do Itaú BBA mostra que a ação da companhia tende a subir apenas 7,3% nos próximos meses, enquanto o BTG vê queda de 14,8% para o papel. Para quem busca um retorno dentro de 1 ano, a própria renda fixa pode ser mais atrativa. Já para quem acompanhará o crescimento da companhia, esse ainda continua sendo um bom ponto de entrada.
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