

A Oi (OIBR3) reportou um prejuízo líquido de R$ 2,9 bilhões no quarto trimestre de 2024. A perda foi seis vezes maior do que a verificada no mesmo intervalo de 2023, quando o prejuízo foi de R$ 486 milhões. Analistas da Genial Investimentos classificaram o resultado da empresa como fraco e abaixo das estimativas.
Os especialistas dizem que o prejuízo da Oi foi influenciado principalmente pelas despesas financeiras elevadas, reflexo da depreciação do real frente ao dólar, dado o endividamento da companhia atrelado à moeda americana. Eles afirmam que, apesar da significativa redução da dívida bruta, que encerrou o trimestre em R$ 12,0 bilhões após a reestruturação no âmbito do segundo o plano de recuperação judicial, o nível de alavancagem continua elevado e preocupa.
“A dívida bruta da Oi, calculada a valor justo, encerrou o trimestre em R$ 12,0 bilhões, uma queda de 53,1% em relação ao quarto trimestre de 2023. Em comparação ao trimestre anterior, entretanto, houve um aumento de 16,3%, impulsionado principalmente pela desvalorização de 13,7% do real frente ao dólar, além do acúmulo de juros e da amortização do ajuste a valor presente (AVP) das dívidas”, dizem Antonio Cozman e Ygor Bastos, que assinam o relatório do Genial.
Tese de investimento da Oi pressionada
A Oi registrou receita líquida consolidada de R$ 1,9 bilhão no quarto trimestre de 2024, queda de 16,6% na comparação com o quarto trimestre de 2024 e baixa de 5,6% em relação ao terceiro trimestre de 2024. Na interpretação da Genial, os números foram ruins após ficarem 5% abaixo das expectativas da corretora. Essa queda anual ocorreu devido à retração nos serviços legados e à descontinuação da consolidação de receitas de ativos classificados para venda.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou negativo em R$ 132 milhões, 51,7% pior que o Ebitda negativo de R$ 87 milhões esperado pela Genial. Esse número foi impactado pela queda de receita, apesar de uma redução de 16,0% nos custos e despesas operacionais no comparativo anual.
Recomendação e preço-alvo para OIBR3
De modo geral, os analistas reforçam a tese de que a Oi (OIBR3) segue pressionada por uma geração de caixa operacional negativa e não demonstra sinais concretos de reversão desse cenário no curto prazo. “Diante da ausência de gatilhos claros para recuperação operacional e financeira, mantemos nossa recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 0,70”, argumentam Antonio Cozman e Ygor Bastos. O preço-alvo equivale a uma queda de 43,55% em relação ao fechamento de quarta-feira (26), quando a ação encerrou o pregão a R$ 1,24.