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- Os dados de um levantamento do TradeMap enviado ao E-Investidor mostram que o pagamento dos dividendos das duas companhias em 2022 foi o maior desde 2012
- As ações da Petrobras (PETR3/PETR4) foram as que mais agradaram os investidores: dividend yield de PETR4 chegou a 47,1%
- A instituição financeira entregou até o momento para os investidores um dividend yield na faixa dos 10,5%
As estatais controladas pelo governo surpreenderam o mercado com o volume de dividendos pagos ao longo deste ano. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) e da Petrobras (PETR3/PETR4) foram as que mais encheram o bolso dos investidores com a distribuição dos proventos.
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Os dados de um levantamento do TradeMap enviado ao E-Investidor mostram que o pagamento dos dividendos das duas companhias em 2022 foi o maior desde 2012.
As ações da Petrobras (PETR3/PETR4) foram as que mais agradaram os investidores. De acordo com o levantamento, o dividend yield (retorno de dividendos) da companhia no acumulado de janeiro até o dia 23 de setembro foi de 43,6% para os papéis da PETR3.
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O porcentual pago ao acionista foi ainda maior nas ações preferenciais (PETR4) em que a distribuição chegou a 47,1% durante o mesmo período.
O destaque da petroleira é motivado por algumas mudanças na estrutura interna da companhia nos últimos anos. Uma das principais foi a adoção da atual política de preço que, desde o início do governo de Michel Temer (MDB), acompanha a cotação do mercado internacional.
A alteração foi fundamental para que a Petrobras conseguisse usufruir das recentes altas do petróleo.
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Mas esse não foi o único fator. Na avaliação de João Abdouni, analista da Inv, houve também melhoria na gestão da companhia que conseguiu reduzir o seu nível de endividamento após a venda de R$ 240 bilhões de ativos no ano de 2016. “A medida permitiu, junto com a nova política de preço, que a empresa reduzisse a sua dívida. Com isso, a margem de endividamento se torna mais sustentável do que em anos anteriores”, ressalta.
A atuação do governo federal também contribuiu, embora em menor peso, para o pagamento dos super dividendos ao longo deste ano. No entanto, para Rodrigo Boselli, sócio e gestor da 3R Investimentos, a “pressão” da União para a distribuição de dividendos elevados não trouxe riscos econômicos para a companhia.
“Tivemos a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) ‘Kamikaze’, o que deixou o campo fiscal do governo mais delicado, assim como temos o pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 até dezembro deste ano. Então, o pagamento de dividendos ajuda a aliviar as contas públicas”, avalia Rodrigo Boselli, sócio e gestor da 3R Investimentos.
Os resultados renderam para a companhia o título de maior pagadora de dividendos do mundo no segundo trimestre. De acordo com o ranking do Janus Henderson Global Dividend Index, a Petrobras pagou no período um total de US$ 9,7 bilhões, montante quase dez superior ao que foi pago em agosto de 2021 pela empresa. Veja os detalhes nesta reportagem.
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Situação semelhante aconteceu com o Banco do Brasil (BBSA3). Ainda de acordo com o levantamento do TradeMap, a instituição financeira entregou até o momento para os investidores um dividend yield na faixa dos 10,5%.
O porcentual é quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano passado. Para Abdouni, os resultados são um reflexo da melhora na gestão da companhia também nos últimos anos, como a redução dos custos e escolha de dirigentes com caráter técnico. “Houve a indicação de nomes mais técnicos e qualificados e não políticos, não tivemos tantas interferências governamentais para fazer política pública. Ou seja, o governo não utilizou o banco como instrumento político”, explica Abdouni.
Com maior autonomia, a instituição financeira conseguiu digitalizar mais os seus serviços e reduzir o número de agências físicas no País, o que permitiu a redução de custos e melhorias operacionais. “O governo também não obrigou a dar um crédito subsidiado, como ocorria em gestões anteriores. Então, os dividendos são um resultado dessa melhora na companhia”, acrescenta.
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As recentes mudanças contribuíram para a eficiência das atividades operacionais do banco, que mostrou bons resultados na divulgação dos últimos relatórios trimestrais. De acordo com os dados reportados no balanço do segundo trimestre deste ano, a companhia conseguiu elevar o seu lucro líquido ajustado em 54,8% em um ano. Os ganhos foram impulsionados pela sua forte atuação em linhas de crédito que apresentam baixo nível de inadimplência.
Segundo a Genial, o resultado reflete os investimentos da instituição para aumentar o apetite e a tolerância para produtos de maior risco e rentabilidade, como cartões de crédito. As análises de indicadores sobre comportamento de consumo da sua base correntista, dados econômicos, inteligência artificial entre outros contribuíram para que as ofertas de crédito fossem mais assertivas e rentáveis.
“Apesar do mix de carteira mais defensiva, já que o banco é líder no crédito consignado, o BB vem estruturalmente diminuindo a inadimplência em certas linhas como na carteira agro, em que caiu de 3% para um patamar abaixo de 0,5%”, destacou a Genial, em relatório publicado na última sexta-feira (23). As ações acompanharam os ganhos operacionais, tanto que apresentam alta de 43,1% no acumulado de janeiro deste ano até o pregão desta quinta-feira (27).
Mas as estatais continuarão a pagar no ano que vem dividendos no mesmo ritmo verificado em 2022? Essa reportagem responde a pergunta na visão de analistas do mercado.
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