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- As projeções apontam um aumento do lucro líquido em torno de 40% no quarto trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período de 2021
- No entanto, o mercado tem dúvidas sobre a distribuição de dividendos a partir dos resultados do trimestre
- No pregão desta quarta-feira (1), as ações da Petrobras seguem no campo negativo com uma desvalorização de quase 3%
O primeiro pregão do mês de março segue sendo movimentado pelas expectativas para os resultados do quarto trimestre de 2022 da Petrobras (PETR4/PETR3). A previsão é que o balanço seja divulgado somente após o fechamento da bolsa de valores. Até lá, a repercussão se volta para as projeções que apontam dúvidas sobre o desempenho operacional da empresa e para as incertezas em torno do pagamento de dividendos.
- Leia também: Governo pede suspensão da venda de ativos da Petrobras por 90 dias
Segundo Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, o mercado espera que o lucro da Petrobras referente ao último trimestre de 2022 cresça 40% em relação ao mesmo período do ano passado. “A projeção acontece, principalmente, por causa dos maiores preços do petróleo já que em 2021 ainda não tínhamos o efeito da Guerra na Ucrância nas cotações, o que ajudou nos resultados de 2022”, afirma.
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Por outro lado, ao olhar para o desempenho em intervalo menor, as projeções já não são tão positivas. Os analistas do Itaú BBA, por exemplo, esperam uma queda do lucro no quatro trimestre de 2022 em comparação ao terceiro trimestre do mesmo ano em virtude dos preços mais baixos do petróleo e do combustível. “Projetamos Ebitda de R$ 81 bilhões para o 4T22 (US$ 15,3 bilhões), 12% abaixo do valor do 3T22”, apontam.
Já os analistas do BTG Pactual possuem uma projeção mais otimista aos resultados da Petrobras. Por meio de relatório, o banco informou que projeta um Ebitda de R$ 92 bilhões e um lucro líquido de R$ 52 bilhões. Esse lucro estimado representa um crescimento de 65% na comparação anual e de 12,7% em relação ao trimestre anterior.
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No entanto, o que está em jogo é a remuneração dos acionistas. Com a troca de governo, o mercado teme que o volume de dividendos da companhia que foi o segundo maior do mundo em 2022 reduza ao longo de 2023. Isso porque os membros do Planalto já fizeram críticas sobre a distribuição robusta de dividendos feita pela Petrobras no ano passado aos investidores.
Na terça-feira (28), por exemplo, a presidente do Partido dos Trabalhores (PT), Gleisi Hoffman, defendeu a revisão da política de remuneração aos acionistas. Por outro lado, essa mudança não deve ser feita de forma tão rápida. Segundo Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, a alteração da atual política de pagamento de dividendos da Petrobras só poderá ser realizada com a troca dos membros do Conselho de Administração da companhia.
Agora é construir na Petrobras uma política de preços mais justa, acabar com PPI e rever a indecente distribuição de dividendos da empresa para ela voltar a investir e fazer o Brasil crescer
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 28, 2023
“O próximo conselho será mudado no próximo mês de abril e, até lá, a política vigente tem que ser respeitada”, afirmou. Enquanto não há uma iniciativa consolidada para uma mudança no pagamento de proventos, os analistas do Itaú BBA apontem que os resultados do quatro trimestre impliquem em dividendos de R$ 2 a R$ 2,5 por ação. “Embora ressaltemos que um cenário sem dividendos ser distribuído no trimestre é possível”, destacaram.
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Já Hungria sinaliza que os dividendos devem ficar em torno de R$ 2,4 por ação, o que significa em um dividend yield de 9% para o trimestre. Por outro lado, caso a companhia não realize esse pagamento, a decisão não deve pegar o mercado de surpresa.
“A Petrobras tem distribuído bem mais do que os dividendos mínimos exigidos por lei. Então, dadas as sinalizações da nova gestão, praticamente todo o mercado já espera uma redução na proporção dos dividendos distribuídos”, afirma o analista da Empiricus.
Enquanto os resultados não são divulgados, as ações da Petrobras seguem ao longo do pregão desta quarta em queda. Por volta das 15h, Os papéis ordinários (PETR3), por exemplo, sofreram uma queda de 2,7%, cotados a R$ 27,9. Já os preferenciais (PETR4) caíram 1,9%, sendo negociado a R$ 24,7.