Mercado avalia relatório de produção da Petrobras. (Foto: Adobe Stock)
O relatório produção da Petrobras (PETR3; PETR4) do primeiro trimestre, divulgado na terça-feira (29), foi considerado positivo por analistas do mercado financeiro, apesar do recuo de 0,20% na comparação anual. O resultado, segundo corretoras, veio parcialmente em linha com as expectativas e foi impulsionado por novas unidades flutuantes de produção (FPSO) e novos poços em produção.
A produção da petroleira ficou em 2,771 milhões de barris diários de óleo equivalente (petróleo e gás natural, boed). Em relação ao quarto trimestre do ano passado, houve alta de 5,4% – veja aqui o relatório na íntegra.
Para o Safra, o aumento em questão foi puxado pelo início da produção na unidade flutuante de produção (FPSO) Almirante Tamandaré; aumento da produção no FPSO Marechal Duque de Caxias; e início da produção em sete novos poços.
No pós-sal, a produção foi 11% maior na comparação trimestral, destaca o banco, por conta de menores paradas de manutenção e quatro novos poços, que compensaram o declínio natural da produção.
O que esperar para o balanço da Petrobras?
Para o Citi, a prévia da Petrobras sugere um balanço do primeiro trimestre promissor, com preços estáveis do petróleo, diminuição de custos com menos paradas de manutenção, maior preço do diesel, e estimativas de um menor capex (investimento) no período.
“Esperamos que a Petrobras divulgue números sólidos no primeiro trimestre, implicando um aumento trimestre a trimestre no Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) ajustado”, destacam os analistas Gabriel Barra, Pedro Gama e Andrés Cardona, em relatório do Citi.
Já o Safra acredita que o Ebitda ajustado da Petrobras possa ser 6% maior na comparação trimestral, com a margem de 52% e um lucro líquido de US$ 4,8 bilhões.
Como ficam os dividendos?
Com o resultado operacional, ambas as corretoras estão confiantes com o anúncio de dividendos da Petrobras. Os analistas Conrado Vegner e Vinícius Andrade do Safra estimam que a petroleira possa alcançar dividendos ordinários trimestrais de US$ 2,0 bilhões, equivalentes a um rendimento de 2,8%.
Diante desses dados, o Safra tem recomendação de compra para as ações preferenciais da estatal. O preço-alvo é de R$ 48, o que representa um potencial de valorização de 57% em relação ao último fechamento.
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O Citi mostra cautela com as ações da Petrobras, mantendo a recomendação neutra. O preço-alvo para os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da empresa é de US$ 14, o que representa um potencial de valorização de 21,5% em relação ao último fechamento.
Em reação ao relatório de produção, por volta das 10h40 (de Brasília), as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) recuavam 0,62%, enquanto as ordinárias (PETR3) cediam 0,68%.