Veja qual é a ação mais defensiva entre Petrobras e PRIO nesse cenário desafiador (Foto: Adobe Stock)
O conflito entre Israel e Irã causa alta no preço do petróleo. A commodity saltou de US$ 69,36 no fechamento de quinta-feira (12) para US$ 75,61 neste domingo (15), uma disparada de 9%. A piora acontece após a mídia estatal iraniana relatar explosões em infraestrutura de gás natural no sábado (14). Também há temores de que o Irã bloqueie o Estreito de Ormuz, onde passa um terço do petróleo mundial. Analistas da Nord explicam qual é a melhor ação, entre Petrobras(PETR4) e PRIO(PRIO3), para se proteger dessa escalada de preços.
Em relatório publicado nesta segunda-feira (16), o especialista comenta que as tensões no Oriente Médio podem inflar fortemente o preço da commodity, mas a Petrobras passa por incertezas devido a novas propostas do governo. Segundo o analista, uma delas é o Executivo estudar um “pacote do petróleo” que pode impactar negativamente a estatal, com aumento de tributos como royalties e participação especial, além da possível unitização do campo de Jubarte e mudanças no preço de referência.
“A Petrobras é a mais exposta ao novo pacote de arrecadação do governo, sendo impactada por praticamente todas as medidas anunciadas até o momento. As principais são: venda da área não contratada de Tupi/Mero/Atapu, unitização de Jubarte, mudanças na participação especial e no preço de referência e novos leilões exploratórios”, diz Rafael Ragazi, que assina o relatório da Nord.
Como ficam os dividendos da Petrobras?
Ele comenta que embora a Petrobras ofereça rendimento em dividendos (dividend yield) acima de 10% nos últimos 12 meses, a Petrobras pode enfrentar dificuldades para manter esse patamar, principalmente se os preços do petróleo continuarem pressionados e sem o reajuste de preços da companhia. “A expectativa é que o pagamento de dividendos da Petrobras ultrapasse o fluxo de caixa livre, o que pode levar a empresa a rever sua política atual para evitar aumento de alavancagem”, explica Ragazi.
Ele lembra que a relação dívida líquida/Ebitda da empresa está em 1,5 vez atualmente e pode aumentar dependendo do cenário da commodity e das interferências do governo na alocação de capital da empresa. Ainda assim, ele reforça que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está negociando com estatais, incluindo a Petrobras, o pagamento de dividendos extraordinários para alcançar a meta fiscal de 2025. Por isso, o número continua aberto.
Petrobras ou PRIO: Veja qual ação comprar
Para Rafael Ragazi, da Nord, as notícias recentes expõem, mais uma vez, os riscos de ingerência política na estatal. Por outro lado, esse cenário reforça a nossa preferência por PRIO. “A empresa está protegida por uma alavancagem e custo de extração baixos, com perspectiva de mais do que dobrar sua produção até o fim do próximo ano. Negociando a apenas 6 vezes Ebitda, enxergamos a ação PRIO3 como uma excelente oportunidade”, afirma.
Desse modo, o especialista diz que reforça sua recomendação neutra para as ações da Petrobras (PETR4) e tem preferência pelas ações da PRIO (PRIO3) no cenário atual. Ele lembra que outras grandes casas também possuem recomendação neutra para a estatal, como o Santander e o Bank of America (BofA).