A fusão entre a Petz (PETZ3) e a Cobasi caminha para ser aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda neste trimestre, diz a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo. A Petz anunciou em agosto do ano passado a assinatura de acordo de combinação de negócios com a Cobasi. Para analistas do mercado financeiro, a notícia é positiva, mas a maioria não acredita que esse é o momento de compra da ação.
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A empresa de capital aberto terá participação de 52,6% no novo negócio. O CEO da Petz, Sergio Zimmerman, será o presidente do conselho de administração (o chairman) da companhia e Paulo Nassar (CEO da Cobasi) deve ser o CEO da nova empresa, que deve ser chamada de NewCo.
Para os analistas da XP Investimentos, embora a dinâmica de resultados de curto prazo permaneça fraca para a Petz, eles acreditam que o acordo deve desbloquear sinergias relevantes, dados os modelos de negócios semelhantes das empresas, principalmente no varejo físico. “Além disso, o acordo deve trazer uma concorrência mais racional e, ao mesmo tempo, fortalecer o posicionamento de mercado da NewCo, embora a concorrência online ainda seja um desafio”, explicam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam o relatório da XP.
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Na visão da equipe do Bank of America (BofA), há uma justificativa convincente para a aprovação da combinação pendente entre Petz e Cobasi com o risco antitruste limitado. Eles comentam que um aumento nas vendas também pode reduzir o número de investidores que apostam na queda e acabam vendendo as ações PETZ3.
“Prevemos extensas sinergias em vendas, margem bruta e despesas administrativas centrais. O mercado varejista de animais de estimação brasileiro também permanece altamente fragmentado, e percebemos que a Petz está posicionada para um papel de consolidação fundamental”, salientam Robert Aguilar, Melissa Byun e Wellington Santana, que assinam o relatório do BofA.
Na visão da Ágora Investimentos e Bradesco BBI, o fato de a Petz e Cobasi não terem de concorrer mais entre si será um forte impulso competitivo. Segundo eles, isso deve permitir à nova empresa poupar em preços e investimentos no formato físico, o que deverá colocá-la numa posição mais forte para competir no formato online.
“A junção das empresas também pode fazer com que Petz comece a fornecer seus produtos para a Cobasi, e a Zeedog, da Petz, teria cerca de 230 pontos de venda adicionais. Além disso, a combinação das empresas lhes dá a oportunidade de criar um mercado mais racional, inteligente e criador de valor no formato de loja física”, explicam Felipe Cassimiro do Bradesco BBI e Flávia Meireles da Ágora Investimentos em relatório conjunto.
O que fazer com as ações da Petz?
Embora a fusão entre Petz e Cobasi seja positiva, os analistas não estão otimistas com o papel. A equipe do BofA até elevou o preço-alvo para as ações da Petz de R$ 4,10 para R$ 4,50 para o fim de 2025, uma possível alta de 9,75% na comparação com o fechamento de segunda-feira (13), quando a ação encerrou o pregão a R$ 4,10.
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A elevação do preço-alvo acontece após a companhia igualar o preço de alimentos vendidos em suas lojas com os de mercado. Os analistas lembram que a empresa está prestes a lançar um sortimento de marca própria premium, fortalecendo as propostas de valor de mercado médio e reforçando a margem bruta. “Ainda assim, temos recomendação neutra para PETZ3, pois a ação é a mais vendida pelos investidores na comparação com todas as empresas que fazem parte de cobertura”, concluem Aguilar, Byun e Santana, que assinam o relatório.
Já os analistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI também possuem recomendação neutra para o papel. Os especialistas preferem esperar maiores sinais da fusão, na prática, para decidirem se vão mudar a recomendação ou não. Como a fusão ainda não começou, já que o Cade ainda não aprovou a mudança, a recomendação para o papel continua neutra.
O preço-alvo de PETZ3 da Ágora Investimentos é de R$ 5 para o fim de 2025, uma possível alta de 22% na comparação com o fechamento de segunda-feira (13),. Já os analistas da XP são os únicos que recomendam compra para o ativo.
Os analistas explicam que, apesar de esperarem que a dinâmica de resultados permaneça desafiadora, em função de um ambiente competitivo mais agressivo com renda dos consumidores pressionada, continuam otimistas. A companhia, reforçam eles, está focada na implementação de eficiências operacionais e na captura de sinergias na fusão com a Cobasi, devendo auxiliar nas pressões macroeconômicas.
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“Enxergamos a Petz bem posicionada para consolidar o mercado Pet, com seu canal digital forte e ecossistema”, argumentam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer. A XP tem recomendação de compra para a Petz (PETZ3) com preço-alvo de R$ 4,50, avanço de 9,75% em relação ao fechamento de ontem. Ou seja, a fusão entre a Petz e a Cobasi será positiva para a companhia, mas o consenso dos analistas aponta que ainda é muito cedo para dizer que a nova companhia será imbatível.