Entenda a movimentação das ações da Vale (VALE3) (Foto: Adobe Stock)
As ações da Vale (VALE3) iniciaram esta sexta-feira (20) em queda – seguindo, portanto, o movimento observado nos últimos dois pregões. Até às 12h07, a VALE3 registrava baixa de 1,87%, aos R$ 50,28, a mínima desde o início de abril. No acumulado da semana, a derrocada é de 3,55%.
Essa performance tem como gatilhos fatores externos. Os ativos da mineradora brasileira reagem às dúvidas sobre o nível de demanda por minério no mundo, face a uma série de questionamentos sobre o desenvolvimento econômico da China, principal importador desta commodity. Desde a pandemia de Covid-19, o “gigante asiático” demonstra dificuldades de manter o nível de crescimento registrado no passado, mesmo com os estímulos concedidos pelo governo chinês. Uma China crescendo menos significa uma menor demanda por minério, que tende a se manter em um patamar mais baixo e impactar diretamente as receitas da Vale.
A imposição de tarifas à China pelos EUA só alimenta os temores em relação ao crescimento chinês e, consequentemente, sobre a importação de minério. “E nós temos também a questão da desvalorização do dólar. Isso é um problema para a Vale diretamente, porque as receitas da empresa são na sua quase totalidade em dólar”, diz Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital. No mês, o dólar cai 3,7% sobre o real. Já no acumulado de 2025, a moeda cede quase 11%.
A Ágora Investimentos também explica que o minério de ferro se aproxima de um período sazonalmente mais fraco, o que tem gerado preocupações sobre os níveis de preço da commodity e aumentado a cautela dos investidores com as ações da Vale. Contudo, a casa acredita que o insumo deve se manter na casa dos US$ 100, sustentado pela demanda nas siderúrgicas chineses, que permanece alta, os estoques de minério e aço mais baixos em 2025 e a lucratividade do setor de siderurgia.
Esse conjunto de fatores faz a Ágora se manter otimista e com recomendação de compra para VALE3. O preço-alvo estipulado é de R$ 78 até dezembro, o que expressa uma projeção de alta de 55%. “Com os preços do minério de ferro se mantendo próximos a US$ 100 por tonelada, a Vale continua gerando entre 10% e 13% do seu valor de mercado em caixa em 2025 e 2026, bem acima da média de seus”, diz a Ágora, em relatório. Nesse cenário, é esperado um Dividend Yield (rendimento em dividendos) anualizado da empresa de 10% no 2º semestre do ano. “Vemos a administração (da Vale) comprometida em manter uma remuneração saudável aos acionistas, seja por meio de dividendos ou recompras.”