Paulo Kakinoff prometeu elevar o payout da Porto, que atualmente está em 50% (Foto: AGF/Divulgação)
A Porto(PSSA3) pode elevar o porcentual do seu lucro pago em dividendos (payout), disse o CEO da companhia, Paulo Kakinoff, em painel no evento AGF DAY 2025 nesta quinta-feira (18). Em entrevista ao E-Investidor, após a palestra, o executivo deu mais detalhes sobre o que falta para a empresa elevar o seu payout.
“Estamos aguardando a empresa entregar crescimento combinado a retorno sobre o capital em patamares elevados, acima de 20%. A operação da companhia acima dessa métrica tem gerado esse ganho de capital para a empresa. Preservando essa dinâmica, a gente inevitavelmente terá um aumento no porcentual de dividendos”, afirmou Kakinoff ao E-Investidor.
Atualmente, a Porto paga 50% do seu lucro em dividendos, conforme dados do balanço do segundo trimestre de 2025. Questionado pelo E-Investidor sobre qual seria esse novo porcentual e quando ele seria colocado em prática, o executivo declarou que a companhia não trabalha com projeção exata de dividendos.
Reforçou que a empresa vem implementando boas estratégias para redução de custos e ganhos de produtividade, principalmente com o uso de inteligência artificial. Segundo o CEO da Porto, a companhia está aplicando “intensamente o uso de inteligência artificial na precificação”, nas áreas de atendimento, no jurídico da organização e na programação.
“A alavancagem que obtivemos na produtividade e eficiência de desenvolvimento foi exponencializada com a adoção de inteligência artificial. No entanto, não temos uma métrica que isola o efeito da inteligência artificial, porque a companhia apresenta ganhos de eficiência todos os anos em função de outras ferramentas”, explicou Kakinoff ao E-Investidor.
A Porto reportou um índice de eficiência operacional de 10,9% no segundo trimestre de 2025, melhora de 0,9 ponto porcentual na comparação com o mesmo período do ano passado.
Selic elevada é boa para seguradoras?
Paulo Kakinoff também comentou sobre a taxa básica de juros da economia, a Selic, mantida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na reunião desta quarta (17). A questão é vista pelo mercado como positiva para a maioria das seguradoras: as empresas do setor guardam o dinheiro dos clientes em aportes de reserva de emergência indexados à Selic. O Tesouro Selic é um título muito utilizado pelo setor de seguros com essa finalidade.
Após o vencimento do contrato do cliente, caso a seguradora não precise usar o dinheiro que ficou guardado, ele vira prêmio. Além de ficar com o dinheiro do cliente que não precisou ser assegurado, a companhia também ganha com o rendimento do título de liquidez imediata no qual o montante ficou aplicado. Ou seja, com a Selic elevada, esse rendimento passa a ser um ganho significativo para as seguradoras.
O executivo, no entanto, disse que mesmo com essa visão otimista do mercado com a companhia em um cenário de Selic elevada, a Porto prefere a queda dos juros – o juro elevado encarece o crédito e desacelera a economia. Essa baixa no ritmo econômico pode não ser atrativa para Porto porque leva a alternâncias na dinâmica econômica, impactando qualquer setor da economia.
“A manutenção da Selic nesse patamar já está em nossos modelos e não esperamos nenhum impacto. No entanto, o país inteiro espera pela redução, que tende a favorecer a dinâmica econômica como um todo e, consequentemente, e favorece a Porto (PSSA3) e todo o Brasil”, concluiu Paulo Kakinoff em entrevista ao E-Investidor.