A PRIO (PRIO3) anunciou na manhã desta sexta-feira (27) a compra de 40% do campo Peregrino. A empresa deve pagar US$ 1.915 milhões pela compra, sendo US$ 191,5 milhões pagos na assinatura do contrato, mais US$ 1.723,5 milhões pagos na conclusão da transação. Analistas do mercado financeiro disseram que a compra foi positiva para a companhia, embora traga alguns desafios para a petroleira.
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Para os analistas do Itaú BBA, a PRIO terá um aumento de 45% da sua produção pró-forma devido à nova aquisição. Os analistas estimam que, mesmo com uma participação não operacional, a PRIO conseguirá capturar sinergias significativas na retirada e comercialização de petróleo bruto.
“Estimamos que a aquisição pode render uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 29% e um Valor Presente Líquido (VPL) de US$ 637 milhões. Essas estimativas culminam em um retorno de R$ 4 por ação ou 10% do preço atual do papel da petroleira”, dizem Monique Greco Natal, Eric de Mello e Bruna Amorim, que assinam o relatório.
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Em meio a essas estimativas, as analistas do Itaú BBA recomendam a compra para PRIO. A equipe liderada por Monique Greco revisou o preço-alvo para a companhia de R$ 61 para R$ 71 para o fim de 2025, o número equivale a uma potencial alta de 66,5% na comparação com o fechamento de quinta-feira (26), dia em que o papel encerrou o pregão a R$ 42,64. “Vemos a PRIO sendo negociada a um rendimento de 5% e 34% de Fluxo de Caixa Livre para 2025 e 2026, respectivamente”, explicam as analistas.
Mercado penalizou a PRIO
Os analistas do BTG Pactual lembram que as ações da PRIO caíram cerca de 8% após uma série de notícias vinculadas na imprensa de que a empresa pagaria entre US$ 1,6 bilhão e US$ 1,9 bilhão para comprar o campo Peregrino. O Broadcast foi um dos veículos que noticiou o fato, conforme aponta este link. Os analistas comentam que parte da queda estava atrelada a baixa de 4% do preço do petróleo.
No entanto, eles confessam que a maioria do mercado se assustou com o preço anunciado devido à falta de mais detalhes sobre as qualidades e os pontos positivos sobre o campo. Conforme os especialistas, o número crescente de projetos da PRIO também levantou preocupações entre alguns investidores sobre a capacidade da empresa para gerir os desafios futuros.
“Embora reconheçamos estes riscos, acreditamos que a reação do mercado foi exagerada e reiteramos a nossa opinião de que Peregrino poderá ser transformador para a PRIO. Também não descartaríamos que o mercado acolhesse positivamente o esclarecimento de que o desembolso real de caixa estará próximo de US$ 1,7 bilhão”, argumentam Pedro Soares, Thiago Duarte, Henrique Pérez e Bruno Lima, que assinam o relatório do BTG.
Sendo assim, os especialistas dizem ser difícil apostar contra a petroleira e, por isso, eles mantêm a recomendação de compra para as ações da companhia. Eles comentam que a empresa continua a ser uma das oportunidades mais atraentes no setor brasileiro de petróleo e gás, e a aquisição desta participação em Peregrino fortalece ainda mais sua tese de investimento de alto crescimento.
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Eles afirmam que, ao longo dos últimos anos, a companhia reinvestiu consistentemente os seus fluxos de caixa em projetos de elevado retorno, mas ainda é negociada com uma avaliação que subestima a sua capacidade de execução. “As ações estão atualmente negociadas a rendimentos de geração de caixa de 20% e 32% para 2025 e 2026, com base em preços de petróleo de 75 dólares por barril e 70 dólares por barril, respectivamente”, argumentam Soares, Duarte, Pérez e Lima.
O BTG tem recomendação de compra para PRIO com preço-alvo de R$ 76,00 para os próximos 12 meses, uma alta de 78,2% em relação ao fechamento de quinta-feira (26), quando a ação encerrou o pregão cotada a R$ 42,64.