A Raízen (RAIZ4) quase triplicou o seu prejuízo líquido em apenas um ano. No quarto trimestre do ano fiscal 2024/2025, que compreende os meses de janeiro e março deste ano, a empresa reportou ao mercado um prejuízo de R$ 2,514 bilhões. O volume representa uma alta de 186% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando registrou um resultado negativo de R$ 879 milhões. A receita líquida da Raízen avançou 7,5% na base anual, saindo de R$ 53,685 bilhões de janeiro a março de 2024 para R$ 57,727 bilhões no mesmo período de 2025.
Para a XP, os resultados vieram abaixo do esperado e refletem os esforços da companhia em seu processo de retomada em andamento, oferecendo uma visão clara da trajetória atual da empresa. “A empresa já iniciou passos críticos em direção à reciclagem de portfólio, renovação da liderança e reestruturação de suas operações comerciais, uma estratégia que vemos positivamente”, disseram os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.
O novo guidance para o ano safra, divulgado pela Raízen, também veio abaixo das estimativas da corretora. A companhia prevê um capex (volume de investimento) entre R$ 9 bilhões e R$ 9,8 bilhões, o que representa um volume 25% menor que o projetado pela corretora. “Embora valorizemos os guidances operacionais e de capex compartilhados pela Raízen, a perspectiva da empresa permanece ofuscada pela complexidade de seu processo de turnaround e pelas muitas variáveis envolvidas. Assim, continuamos a ver ambiguidade em sua trajetória futura”, escreveram os analistas no relatório.
O Citi também avaliou como negativo os resultados operacionais da companhia e espera para os próximos meses um cenário difícil para a companhia, mesmo com os esforços da Raízen para desalavancar o seu balanço com a venda de ativos. “Acreditamos que a Raízen deverá registrar geração de fluxo de caixa livre (FCF) positiva apenas nas próximas duas safras. Até lá, a falta de geração de FCF, combinada com altas taxas de juros, deve continuar a pesar sobre as ações”, escreveram os analistas.
Apesar dos desafios, o banco ainda enxerga as ações como uma oportunidade de investimento e, por isso, mantém recomendação de compra. Para o Citi, a nova gestão da Raízen “está abordando as principais preocupações e irá destravar valor no longo prazo”. O preço-alvo do Citi para as ações da Raízen (RAIZ4) é de R$ 3, o que corresponde uma alta de 67,6% nos próximos 12 meses ao considerar a cotação do papel de R$ 1,79 no pregão de terça-feira (13).