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- Investidores brasileiros estão com as atenções voltadas para a política fiscal e monetária, mesmo em meio a um novo rali no Ibovespa
- Declarações recentes de dirigentes do Banco Central levantaram a possibilidade, que vem ganhando respaldo no mercado, de que a instituição retome o ciclo de altas na taxa básica de juros no País
- Em evento, Roberto Campos Neto, presidente do BC, reconheceu a possibilidade; mas destacou que a decisão de setembro é "data dependent"
Investidores brasileiros estão com as atenções voltadas para a política fiscal e monetária, mesmo em meio a um novo rali no Ibovespa. Declarações recentes de dirigentes do Banco Central levantaram a possibilidade, que vem ganhando respaldo no mercado, de que a instituição retome o ciclo de altas na taxa básica de juros no País. Como explicamos nesta reportagem, o ajuste monetário com a alta da Selic é visto como uma ferramenta para reforçar a credibilidade com o compromisso de cumprimento da meta de inflação.
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Novas declarações dadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, podem dar mais indícios do tema ao mercado em participação no Macro Day, evento promovido pelo BTG Pactual nesta terça-feira (20).
Faltam cerca de quatro meses para o fim do mandato de RCN a frente do Banco Central e, até aqui, tudo indica que Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária, será o sucessor. Independente do nome, o presidente do BC disse que as decisões da autoridade monetária continuarão sendo técnicas após a troca de comando. “O Banco Central vai subir os juros se for preciso, independente de eu estar ou não no BC”, afirmou.
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“Sobre a recente decisão dividida do Copom, que causou questionamentos sobre a coesão do comitê, Campos Neto foi enfático ao explicar que, embora haja ruídos de curto prazo, a mensagem principal do Banco Central permanece intacta e clara: a política monetária seguirá o que for necessário para manter a credibilidade e a estabilidade”, destaca Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.
- Por que indicação de Galípolo no lugar de Campos Neto no BC já está na mesa do investidor
Em meio ao movimento de desancoragem das expectativas de inflação que têm acontecido nos últimos meses, especialmente depois do “racha” no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, o mercado começou a cobrar por uma postura mais austera da instituição. Agora, algumas gestoras e banco de investimento começam a revisar as projeções da Selic para incluir novas altas na taxa até o fim do ano.
Mas o presidente do BC deixou a porta aberta para o próximo encontro, marcado para os dias 17 e 18 de setembro. No evento, ele destacou que o cenário nos Estados Unidos melhorou, mas que a decisão do próximo mês ainda é “data dependent”, ou seja, depende de novos dados de economia por aqui e lá fora. “Nossa tarefa é não olhar para ruído de curto prazo e pensar qual mensagem queremos passar. Faremos o que tiver de fazer. Se precisar, os juros vão subir”, destacou.
Pela manhã, as falas de Campos Neto sobre os juros ajudaram a reduzir a alta do dólar frente ao real. Às 14h21, a moeda americana subia 1,49%, a R$ 5,49, depois de abrir o dia com valorização de 1,08%.
Na avaliação de Rodrigo Azevedo, economista, planejador financeiro e sócio da GT Capital, as falas do dia estão em linha com declarações que o executivo já vinha adotando. “Foi um discurso bem alinhado com toda a comunicação que já vem sendo feita, acho que já preparando uma reta final de gestão de certa forma para o mercado, mas também reforçando bastante o ponto de que o Comitê como um todo tem pensado de maneira mais conjunta, algo que gerou uma dúvida lá atrás, na reunião de maio, quando teve bastante divergência sobre a Selic“, diz.
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