Mercado

Após alta de 17% nas ações do IRB (IRBR3), CVM alerta que short squeeze é crime

O movimento é considerado manipulação de mercado e é passível de punição na justiça

Após alta de 17% nas ações do IRB (IRBR3), CVM alerta que short squeeze é crime
(Foto: Aline Bronzati/Estadão Conteúdo)
  • Após o salto de 1.600% das ações da GameStop por short squeeze no acumulado de janeiro, os investidores brasileiros tentam replicar este movimento nos papéis do IRB Brasil  
  • Em resposta, a CVM alertou o mercado que a prática é considerada crime e é passível de punição na esfera penal
  • A B3 também reagiu contra e colocou as ações da empresa em leilão no pregão desta sexta-feira (29)

Após as ações da GameStop (GME, NYSE) dispararem 1,600% no acumulado de janeiro impulsionada por um grupo de usuários do fórum digital Reddit, os investidores brasileiros tentam replicar este movimento, conhecido como short squeeze, nos papéis do IRB Brasil (IRBR3).

No fechamento do pregão de quinta-feira (28), o ativo subiu 17,82% e teve o melhor desempenho do Ibovespa no dia, que encerrou a sessão em alta de 2,59%, aos 118.883,25 pontos.

Em resposta, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou um alerta ao mercado afirmando que o short squeeze é considerado crime. “A atuação com o objetivo deliberado de influir no regular funcionamento do mercado pode caracterizar ilícitos administrativos e penais”, afirma o comunicado da entidade.

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Segundo a CVM, o movimento representa uma manipulação de mercado, já que figura uma situação na qual um ou mais investidores provocam artificialmente a alta do preço de valores mobiliários para causar prejuízos a terceiros ou obter benefícios indevidos. O ato é passível de punição, já que é um crime tipificado no artigo 27-C da Lei 6.385/76.

“No Brasil, a depender das características do caso, tais estratégias podem ser tipificadas, em sede administrativa, como “manipulação de preços”, definição que abarca a utilização de qualquer processo ou artifício destinado, direta ou indiretamente, a elevar, manter ou baixar a cotação de um valor mobiliário, induzindo, terceiros à sua compra e venda, havendo outros tipos na regulamentação que também se destinam a reprimir práticas que atentem contra a regularidade do mercado”, diz o comunicado enviado à imprensa.

O órgão informa que está monitorando os movimentos no mercado e as comunicações nas redes sociais. Dessa forma, na presença de indícios de crime, a entidade cuidará da instauração do competente processo administrativo sancionador para a apuração das responsabilidades, bem como comunicação ao Ministério Público para a devida atuação na esfera penal.

A B3 também reagiu contra o movimento e informou que submeteu a negociação dos ativos e dos derivativos da IRB Brasil a leilões durante o pregão desta sexta (29), com o objetivo de assegurar a continuidade dos preços. Ou seja, a IRBR3 não está sendo negociada na sessão.

“Ressalta-se que, em momentos de volatilidade, o mecanismo de leilão promove uma melhor formação de preços com base em todas as ofertas de compra e venda disponíveis no mercado, resultando em maior proteção aos investidores”, disse a B3, em comunicado.

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A IRB Brasil (IRBR3) voltou a ser negociada por volta das 11h. Até às 14h30 desta sexta (29) o ativo tem queda de 5,22%, a R$ 7,27 – o Ibovespa cai 2,56%, aos 115.844,94 pontos até o momento.

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