Suzano (SUZB3) se livra do tarifaço e BTG vê espaço para alta de 40% nas ações
Banco reitera recomendação de compra do papel, apesar de momento complicado no curto prazo; celulose fora das tarifas elimina "excesso que vinha pensando sobre a tese"
A isenção de 694 produtos das tarifas de 50% contra o Brasil impostas pelos Estados Unidos, anunciada na quarta-feira (30) pelo presidente americano Donald Trump, está fazendo muitos investidores respirarem aliviados. As exceções abarcam boa parte das exportações brasileiras, incluindo itens fundamentais para uma gama de companhias da Bolsa.
A notícia é positiva para a Suzano (SUZB3), que estava entre as mais penalizadas desde que o tarifaço foi anunciado no início de julho, porque exporta celulose para os EUA. Agora, a commodity (madeira de lei de eucalipto) está fora da retaliação.
O BTG Pactual destaca em relatório que a companhia era uma das mais impactadas pela medida, pois possui quase 15% de sua receita atrelada aos EUA. Com a isenção da celulose, não precisará desviar os volumes de exportação para outros mercados, o que poderia ser bastante desafiador em um momento de demanda global mais fraca, diz o banco.
“Embora essa discussão tarifária mude pouco a visão estrutural do caso e os fundamentos de curto prazo para a celulose que estão complicados, ela remove um excesso que vinha pesando sobre as ações“, diz o BTG.
O banco reiterou a recomendação de compra para a SUZB3, com preço-alvo de R$ 73 por papel. Isso representa um potencial de valorização de 40,8% em relação ao preço de fechamento da véspera.
A decisão de Trump em relação à celulose é tida como razoável pelo BTG. Segundo dados da Fastmarkets, os EUA importam anualmente 2,8 milhões de toneladas de celulose de fibra curta; 80% desse montante vem do Brasil. “A imposição de uma tarifa de 50% poderá ter um impacto significativo sobre os consumidores finais, gerando pressão inflacionária”, destaca o relatório.