O Ibov subiu 1,34%, aos 132.216,07 pontos. Os principais índices de Nova York também registraram forte valorização. O S&P 500 teve ganhos de 1,67%, o Dow Jones avançou 1,07% e o Nasdaq saltou 2,5%. Durante coletiva com a imprensa nesta terça-feira (22), o presidente dos EUA afirmou que as tarifas de 145% sobre a China são “muito altas”. Na visão dele, as taxas devem “cair bastante, mas não serão zero”.
Trump também tentou diminuir a tensão do mercado em meio às especulações de uma possível interferência política sobre a presidência do Federal Reserve (Fed), comandada por Jerome Powell. “Gostaria de vê-lo ser um pouco mais ativo em termos de sua ideia de reduzir as taxas de juros… mas não, não tenho intenção de demiti-lo”, declarou.
O presidente dos EUA reiterou ainda que o país buscará “fazer um acordo justo de comércio com a China” e destacou que “todos os países querem fazer acordos conosco” sobre a política tarifária recíproca adotada pelos americanos. As declarações do republicano ocorreram logo após seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmar que mais de 100 países já haviam procurado os EUA para iniciar negociações.
“A China, a União Europeia, eles estão se aproveitando dos EUA”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca, referindo-se aos acordos comerciais mútuos. “Com as tarifas, vamos conseguir reduzir impostos substancialmente. Vamos fazer muito dinheiro para nosso povo novamente. No governo Biden, os EUA perdiam não bilhões, mas trilhões de dólares por ano com acordos injustos. Isso acabou”, concluiu.
Para Alvaro Bandeira, coordenador da Comissão de Economia da Apimec Brasil, a alta de hoje é guiada somente pelo sentimento do mercado. “No entanto, alguns devem estar ganhando muito dinheiro com marchas e contra-marchas de Trump, afetando violentamente os mercados de risco”, disse ele sobre a volatilidade que vem sendo gerada por Trump desde que assumiu a presidência dos EUA. De todo modo, o novo recuo reforça a tese de que Trump entra de vez na fase de negociações com os países e que dificilmente haverá novas surpresas em termos de tarifações.
Em meio ao otimismo global, o dólar hoje abriu a sessão com queda de 0,43%, a R$ 5,7039. Ao final do dia, a moeda americana encerrou o dia em baixa de 0,16% a R$ 5,7190. O dia foi de agenda escassa. No Brasil, destaque para a palestra do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, em evento em Washington. À tarde, o Federal Reserve divulgou o Livro Bege, documento com as perspectivas regionais da instituição sobre a economia americana.
A atividade econômica, segundo o Livro Bege, pouco se alterou desde o relatório anterior, mas a incerteza em relação à política comercial dos Estados Unidos foi predominante entre os distritos. Apenas cinco distritos registraram um leve crescimento, com três observando atividade relativamente inalterada e os outros quatro restantes relatando quedas leves ou modestas.
Bolsas da Europa sobem em bloco após comentário de Trump
As Bolsas europeias encerraram o pregão desta quarta-feira em alta, apoiadas pelas declarações favoráveis de Trump sobre tarifas à China. O CAC 40, em Paris, avançou 2,13%, aos 7.482,36 pontos, enquanto o Ibex 35, em Madri, subiu 1,52%, aos 13.208,30 pontos. O PSI 20, de Lisboa, teve alta de 0,10%, aos 6.836,79 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 1,42%, a 36.457,68 pontos. O DAX, da Bolsa de Frankfurt, avançou 3,14%, a 21.961,97 pontos. Em Londres, o FTSE 100 ganhou 0,90%, aos 8.403,18 pontos.
O cenário externo se sobrepôs aos dados locais, visto que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro caiu de 50,9 em março para 50,1 em abril, atingindo o menor nível em quatro meses. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam queda a 50,4.
Somente no segmento de serviços, o PMI do bloco recuou de 51 para 49,7 no mesmo período, tocando o patamar mais baixo em cinco meses e vindo bem aquém do consenso da FactSet, de 50,6. Já no setor industrial, o PMI da zona do euro avançou marginalmente entre março e abril, de 48,6 para 48,7, alcançando o maior nível em 27 meses e surpreendendo analistas, que previam declínio a 48.
PMIs acima de 50 sugerem expansão da atividade, enquanto dados abaixo dessa marca indicam contração.
Ásia tem dia positivo com alívio na guerra comercial
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quarta-feira (22) diante de expectativas sobre um possível acordo comercial entre os EUA e a China.
Liderando os ganhos na Ásia, o índice Taiex saltou 4,5% em Taiwan, a 19.639,14 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 2,37% em Hong Kong, a 22.072,62 pontos. O japonês Nikkei subiu 1,89% a 34.868,63 pontos e o sul-coreano Kospi teve ganho de 1,57% a 2.525,56 pontos.
Na China ocidental, o Xangai Composto registrou leve perda de 0,10% a 3.296,36 pontos.
Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul com avanço de 1,33% do S&P/ASX 200, em Sydney, a 7.920,50 pontos.
Ouro fecha em forte queda na sessão
Os preços do ouro despencaram nesta quarta-feira, recuando após o recorde histórico intradiário registrado na véspera, em meio a uma menor demanda por ativos de proteção.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para junho caiu 3,66%%, fechando a US$ 3.294,1 por onça-troy. Ao longo do dia, o metal chegou a atingir a máxima de US$ 3.396,0. Ontem, o metal dourado cravou o recorde intradiário de US$ 3.509,90, mas encerrou em queda.
Petróleo também recua
Os contratos futuros de petróleo fecharam o pregão em queda, após a Reuters revelar que diversos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) têm feito pressão para acelerar a retomada da produção a partir de junho. A informação se sobrepôs a dados que mostraram reduções consideráveis nos estoques de derivados nos Estados Unidos.
Na Nymex, o contrato de petróleo WTI para junho caiu 2,20%, fechando a US$ 62,27 o barril. O Brent para junho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 1,96%, para US$ 66,12 o barril.
*Com informações do Broadcast