A Tenda(TEND3) reportou R$ 1,19 bilhão em vendas líquidas no segundo trimestre de 2025, aumento de 9,9% em relação ao mesmo ciclo de 2024. A cifra ficou acima do que era esperado pelos analistas da XP Investimentos e do Citi, que a avaliaram como positiva. No entanto, os lançamentos da Alea decepcionariam com os números abaixo da estimativa, o que pode ofuscar o brilho do balanço da empresa, a ser divulgado em 7 de agosto.
A construtora registrou um Valor Geral de Vendas (VGV) consolidado de R$ 1,367 bilhão em lançamentos no período de abril a junho de 2025. O resultado é 12,7% maior comparado com igual intervalo de 2024. O número de lançamento ficou 11% abaixo do esperado pelo Citi. O banco americano vê parte da prévia como fraca devido ao desempenho a Alea.
A Alea atua na divisão de casas pré-fabricadas da Tenda. O foco da empresa é produzir esses imóveis em cidades interioranas. No segundo trimestre de 2025, foram lançados 13 empreendimentos imobiliários em todo o grupo, com preço médio por unidade de R$ 217,1 mil, no caso da Tenda, e de R$ 189,5 mil da Alea. No mesmo intervalo de 2024, foram lançados 14 empreendimentos no total, ao preço médio de R$ 222,4 mil por moradia.
O Citi considerou decepcionantes os lançamentos da subsidiária do grupo, que atingiram R$ 21 milhões no segundo trimestre de 2025 frente a R$ 117 milhões no período anterior. “Os números devem resultar em estimativas mais baixas para este segmento, enquanto esperamos um melhor desempenho da Tenda para o ano”, afirmam André Mazini, Piero Trotta e Kiepher Kennedy, que assinam o relatório.
Por que a XP tem estimativas melhores para a Tenda?
Já os analistas da XP Investimentos preferiram olhar o copo meio cheio. Eles comentam que os números vieram 10% acima da expectativa devido à forte expansão nos lançamentos da Tenda, que cresceram 31% na comparação anual. No entanto, eles reconhecem que a subsidiária (Alea) com R$ 21 milhões de VGV, queda de 81% na base anual, não teve um bom desempenho. Todavia, eles pontuam que a situação tende a melhorar no próximo trimestre, reforçando o otimismo da corretora.
“Embora os lançamentos da Alea tenham sido mais fracos no segundo trimestre, a empresa anunciou que o projeto Casapatio Canoas está próximo de ser assinado, podendo adicionar R$ 300 milhões de VGV no terceiro trimestre de 2025”, explicam Ygor Altero e Ruan Argenton, que assinam o relatório da XP.
No período, a empresa também aumentou as Vendas Sobre Oferta (VSO) para 27,7%, o que também animou os analistas da XP. “Estamos otimistas em relação ao desempenho operacional da Tenda, principalmente devido ao forte crescimento de lançamentos no segmento Tenda e níveis de VSO resilientes e cada vez melhores, indicando um sólido ambiente de demanda. Também consideramos o aumento dos repasses como um fator positivo para a geração de caixa operacional”, pontuam Ygor Altero e Ruan Argenton.
Veja o que fazer com as ações da Tenda
Mesmo vendo os números como neutros, o Citi mantém a recomendação de compra para a ação TEND3 por acreditar que o ativo possui um potencial de valorização atraente. No entanto, os especialistas reforçam que o ativo é de alto risco e solicitam cautela para o investidor. O preço-alvo é de R$ 30, representando potencial de valorização de 23%, ante o último fechamento.
A XP tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 17,00, valor abaixo do fechamento na B3 na última terça-feira (8), quando a ação encerrou o pregão a R$ 24,39. “Em termos de valuation, vemos a ação da Tenda sendo negociada a 3,9 vezes o Preço Sobre Lucro (P/L) para 2025, o que consideramos atrativo considerando o P/L médio de 2025 em nossa cobertura, o qual é de 6,1 vezes”, argumentam os analistas. O múltiplo (P/L) mostra, em linhas gerais, quantos anos o investidor deve esperar para o retorno do investimento realizado.
Publicidade
Ou seja, a perspectiva das duas casas para as ações da Tenda (TEND3) é de otimismo.