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- A alta do dólar a R$ 6,16 na manhã desta terça-feira (17) fez os juros futuros dispararem, puxando com eles os títulos do Tesouro Direto
- Tantos os ativos prefixados quanto os indexados ao IPCA estão sendo negociados em patamares recordes de rentabilidade
- Além do quase "IPCA + 8%", um retorno inédito no Tesouro Direto, é a primeira vez que todos os 31 títulos indexados ao IPCA são negociados acima de 7% de juro real
A alta do dólar a R$ 6,20 na manhã desta terça-feira (17) fez os juros futuros dispararem, puxando com eles os títulos do Tesouro Direto. Tantos os ativos prefixados quanto os indexados ao IPCA estão sendo negociados em patamares recordes de rentabilidade. Logo na abertura da sessão, todos os 31 títulos IPCA+ ofereciam mais de 7% de juro real; é a primeira vez que isso acontece.
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A alta volatilidade fez as negociações de títulos prefixados e IPCA+ serem interrompidas entre 13h e 14h45. Nesse horário, só era possível comprar Tesouro Selic. É a 2ª sessão seguida de “circuit breaker” no Tesouro.
O Tesouro Prefixado 2027 bateu 15,57% de retorno anual, enquanto o ativo com vencimento em 2031 rende 15,14%. São os maiores níveis de rentabilidade da série histórica de ambos os títulos.
O Tesouro IPCA+ também disparou. O ativo com vencimento em 2029 rende 7,78% ao ano, além da variação de inflação, enquanto os com vencimento em 2035 e 2045 rendem, respectivamente, 7,28% e 7,23%. A última vez que os títulos longos foram negociações nestes níveis foi entre 2015 e 2016, no auge da crise econômica do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
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A alta das taxas é ainda mais expressiva nos outros títulos híbridos, como o Tesouro Educa+, que oferece IPCA + 7,92% no vencimento em 2026. Além do quase “IPCA + 8%”, um retorno inédito no Tesouro Direto, é a primeira vez que todos os 31 títulos indexados ao IPCA são negociados acima de 7% de juro real. A menor taxa oferecida nesta terça-feira é de 7,04% ao ano.
A alta do dia acontece na esteira da disparada do dólar, que fez os juros futuros avançarem quase 30 pontos-base logo na abertura desta terça-feira. O grande catalisador da piora tem sido o quadro fiscal, na medida que o governo tem apresentado dificuldade para aprovar no Congresso as medidas apresentadas para reduzir gastos e controlar as contas públicas. A curva de juros futuro já precifica que o Banco Central pode precisar elevar a taxa Selic além dos 14,25% ao ano sinalizados para março de 2025.
Recordes e plataforma fora do ar
O Tesouro Direto vem batendo níveis recordes de rentabilidade já há algumas sessões. Na segunda-feira (16), a alta das taxas foi tanta que as negociações ficaram suspensas por dois momentos na sessão.
Geralmente, o “circuit breaker” no Tesouro acontece quando a volatilidade de juros está muito alta. Nesses casos, o Tesouro Nacional tira do ar os ativos prefixados e indexados ao IPCA, sendo possível apenas a negociação do Tesouro Selic.
Mas isso tem se tornado cada vez mais recorrente. Na última semana, as negociações do Tesouro foram interrompidas quatro vezes; relembre aqui.
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