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Tesouro Direto dá ‘circuit breaker’ em dia de prefixados a 15% e IPCA+ perto de 8%

As negociações foram interrompidas duas vezes ao longo do dia; os títulos prefixados e IPCA+ registraram recorde histórico na sessão

Tesouro Direto dá ‘circuit breaker’ em dia de prefixados a 15% e IPCA+ perto de 8%
Tesouro Direto. (Foto: Adobe Stock)
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  • O site do Tesouro Direto saiu do ar pela segunda vez na sessão desta segunda-feira (16), depois de ficar cerca de duas horas com as negociações interrompidas pela manhã
  • Mais cedo, o Tesouro Prefixado 2027 superou os 15% ao ano pela primeira vez na história
  • Títulos IPCA+ também tinham recordes de alta, com retornos chegando a 7,72% além da variação de inflação

O site do Tesouro Direto saiu do ar duas vezes nesta segunda-feira (16), com as taxas dos títulos públicos registrando novas máximas históricas. Durante algumas horas na parte da manhã e da tarde, só era possível negociar títulos do Tesouro Selic, títulos prefixados e indexados ao IPCA.

Geralmente, esse tipo de interrupção acontece quando a volatilidade das taxas de juros está muito alta. O destaque da sessão foi Tesouro Prefixado 2027, que superou os 15% ao ano pela primeira vez na história, a 15,34%. O título com vencimento em 2031 oferecia 14,61% ao ano, e também rompeu o maior valor da série histórica.

Já o Tesouro IPCA+ 2029 oferecia ao investidor um retorno anual de 7,61%, além da variação de inflação – o maior patamar desde que o ativo começou a ser negociado, em 2023. Os títulos com vencimento longos também estão em alta. O 2035 rende IPCA + 7,08%, enquanto o 2045 rende 7,00% ao ano também pela primeira vez na série histórica. Nos outros títulos, como Renda+ e Educa+, era possível encontrar rendimentos até IPCA + 7,75%.

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O avanço das taxas reflete a piora nas expectativas de inflação e Selic, divulgadas hoje pelo Boletim Focus, do Banco Central, a disparada do câmbio e novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao patamar da taxa de juros no País.

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 subiu pela nona semana consecutiva, de 4,59% para 4,60% – acima do teto da meta, de 4,50%. Só para se ter ideia, um mês antes, a projeção era de 4,12%. Já a mediana para a taxa Selic no fim de 2025 saltou de 13,50% para 14%.

Vale lembrar que esse foi o primeiro boletim divulgado pelo BC após a decisão do Comitê de Política Monetária na última quarta-feira (11). O colegiado elevou os juros em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25%, e sinalizou mais dois aumentos da mesma magnitude – que levariam a taxa a 14,25% em março do ano que vem, o maior nível desde 2016.

Não por acaso, o site do Tesouro Direto também saiu do ar em quatro ocasiões na semana passada, refletindo as expectativas do mercado por maiores juros. O movimento de alta noso títulos públicos ganhou tração em novembro, desde que o pacote fiscal foi anunciado pelo ministro Fernando Haddad, mas avaliado como insuficiente pelo mercado financeiro.

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