A XP Investimentos afirmou em relatório publicado nesta terça-feira (26) que a Usiminas(USIM5) deve continuar pressionada ao longo de 2025 e 2026. Essa perspectiva ocorre devido ao preço do aço plano, que deve seguir refletindo uma concorrência mais acirrada em relação ao produto importado, em meio ao enfraquecimento das expectativas de demanda devido ao aumento das taxas de juros.
“Além disso, os elevados compromissos de investimento (notadamente o investimento na coqueria nº 2) nos próximos anos sugerem níveis de Fluxo de Caixa Livre (FCF) abaixo do ideal no futuro, em nossa opinião”, dizem Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, que assinam o relatório da XP.
Os analistas calculam que a empresa deve reportar um fluxo de caixa livre de 3,4% em 2026 e níveis negativos em 2027 e 2028. Com esse cenário, os dividendos da Usiminas também devem ficar em um patamar pouco atrativo. Para 2025, a estimativa é de um dividend yield de 0,4%, para 2026 o rendimento esperado é de 1,8% e para 2027, a perspectiva é de um rendimento de 4,4%.
Usiminas pode ter alívio de custos
Os analistas comentam ainda que desempenho de custos tem sido um tópico fundamental desde 2024, com a empresa apresentando redução de custos abaixo das expectativas (altas) do mercado para melhorias de lucratividade após a reforma do Alto-Forno 3 da Usina de Ipatinga.
“Nesse sentido, com as matérias-primas proporcionando alívio e a expectativa de captura de mais eficiências, prevemos uma melhora no desempenho de custos no segundo semestre de 2025, mitigando parcialmente um ambiente operacional pior”, argumentam os analistas da XP.
Em meio a esse cenário, a XP manteve a recomendação neutra para a ação da Usiminas com preço-alvo de R$ 5 para o fim de 2026, alta de 20% na comparação com o fechamento de segunda-feira (25), quando a ação encerrou o pregão a R$ 4,18.
“Atualizamos nossas estimativas para a Usiminas após a empresa ter apresentado desempenho inferior ao das ações brasileiras, visto que Usiminas (USIM5) recua 21% no acumulado de 2025 e o Ibovespa sobe 15% no mesmo período”, explicam os especialistas.