A saída antecipada de Eduardo Bartolomeo da presidência da Vale (VALE3) passou a ser uma possibilidade depois que o processo de escolha de seu sucessor, Gustavo Pimenta, foi acelerado em cerca de dois meses, levantando questionamentos entre os acionistas da companhia. Bartolomeo, segundo a empresa, deveria ocupar a cadeira até dezembro deste ano. Pimenta, pelo anúncio da mineradora, deveria assumir o cargo em janeiro de 2025. Consultada, a Vale optou por não comentar o assunto.
Fontes próximas aos acionistas, segundo os jornalistas do Estadão Mariana Carneiro e Ivo Ribeiro, indicam que não há justificativa para manter “dois presidentes” na empresa por tanto tempo. Por isso, discute-se que Eduardo Bartolomeo possa deixar o cargo antes do previsto, talvez já em outubro, adiantando sua saída em dois meses, de acordo com a lógica aplicada na antecipação da escolha do novo CEO.
Gustavo Pimenta já começou a transição e pretende realizar mudanças nas vice-presidências, mas essas alterações só devem ocorrer depois que ele for oficialmente nomeado como CEO. Há também a expectativa de que Pimenta se reúna com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num movimento para acalmar as tensões com o governo federal, que se acirraram durante o processo de sucessão.
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Lula havia demonstrado interesse em colocar Guido Mantega, ex-ministro, na liderança da Vale, mobilizando esforços para essa finalidade. Entretanto, essa proposta não avançou devido às regras de governança da Vale, que agora possui um controle acionário mais disperso — nenhum acionista detém mais de 10% das ações.
Gustavo Pimenta: novos desafios à frente da Vale
Entre os desafios atribuídos ao novo presidente estão a melhora do relacionamento da Vale com o governo federal e os stakeholders nos Estados onde a empresa tem operações. Essa habilidade de negociação foi identificada como uma fraqueza de Bartolomeo, influenciando sua substituição.
Gustavo Pimenta foi escolhido, conforme afirmam fontes ligadas à direção da Vale, por ser visto como um executivo com um perfil estratégico, experiência internacional, e aptidão para dialogar com governos e outros stakeholders. Suas habilidades de comunicação foram destacadas como fundamentais para sua escolha. Veja os detalhes aqui
Segundo a publicação, o Estadão descobriu que uma de suas primeiras medidas será a reativação da diretoria de Relações Institucionais, que havia sido incorporada à área jurídica após a saída de Luís Eduardo Osório da empresa no ano passado.
Desde essa mudança, as funções da área de Relações Institucionais da Vale têm sido geridas por Alexandre Silva D’Ambrosio, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Institucionais.
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