Vale (VALE3) é uma das maiores mineradoras do mundo. (Foto: Adobe Stock)
A Vale(VALE3) deve apresentar uma queda entre 36,8% e 45% no lucro líquido do segundo trimestre de 2025 na comparação do segundo trimestre de 2024, mostram relatórios da Ágora Investimentos, Genial Investimentos e Itaú BBA obtidos pelo E-Investidor. A expectativa por um resultado fraco se deve à baixa dos preços do minério de ferro no mercado internacional. A mineradora divulga seu balanço nesta quinta-feira (31) após o fechamento do mercado.
Em sua prévia operacional apresentada na semana passada, a Vale reportou um preço médio realizado de US$ 85,10 por tonelada de minério de ferro no segundo trimestre de 2025, desempenho 13% inferior na comparação com o mesmo período do ano passado. Para os analistas do Itaú BBA, o segundo trimestre da Vale indicado pela prévia operacional foi marcado pelo acúmulo de estoques e pelo foco contínuo em uma estratégia comercial centrada em produtos de média qualidade na China.
“O prêmio de qualidade do minério diminuiu em relação ao trimestre anterior em função de uma contribuição menor do negócio de pelotas”, dizem Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, que assinam o relatório do Itaú BBA.
O banco estima um lucro da Vale de US$ 1,69 bilhão no segundo trimestre de 2025, recuo de 39% na comparação com o lucro líquido de US$ 2,76 bilhões do segundo trimestre de 2024. A empresa deve reportar um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 3,2 bilhões no segundo trimestre de 2025, queda de 19,9%.
Redução de custos pode aliviar pressão sobre Vale
A Ágora Investimentos projeta uma queda de 36,8% no lucro da Vale no 2T25, que deve ficar em US$ 1,75 bilhão. A corretora também espera um Ebitda 20,4% menor em relação ao segundo trimestre do ano passado, em US$ 3,17 bilhões. Apesar de o preço do minério de ferro estar baixo, a casa estima que a empresa deve compensar esse mau desempenho com a redução de custos da mineradora.
“Esperamos que os custos operacionais se mantenham sob controle, com o custo caixa (excluindo compras de terceiros) caindo mais 9% no segundo trimestre de 2025 em relação ao ano anterior, para US$ 22,60 por tonelada”, argumentam Rafael Barcellos do Bradesco BBI e Renato Chanes da Ágora Investimentos, que assinam o relatório em conjunto.
A Genial Investimentos tem a pior estimativa entre as três casas. A corretora calcula um lucro de US$ 1,52 bilhão no segundo trimestre de 2025, tombo de 45% em relação ao ciclo de abril a junho de 2025. Essa queda ocorreria com a baixa do resultado operacional, que deve gerar um arrefecimento anual de 63% do resultado financeiro.
Os analistas da Genial esperam uma receita líquida de US$ 9 bilhões para a mineradora no segundo trimestre de 2025, recuo de 8,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. “A divisão de ferrosos deve exercer maior pressão, diante da queda acentuada dos preços realizados, tanto em finos de minério de ferro com baixa de 13% quanto em pelotas com recuo de 15%”, dizem Igor Guedes, Luca Vello e Iago Souza, que assinam o relatório da Genial.
Desse modo, espera-se um trimestre de enfraquecimento do balanço do Vale, mesmo que algumas linhas apresentem melhora, como estimam os analistas da Ágora Investimentos. Ainda assim, os especialistas apontam que os dividendos da Vale podem ser atrativos para o investidor e recomendam compra para a empresa.
Quanto a Vale deve pagar em dividendos?
A Genial Investimentos recomenda compra para as ações da Vale com preço-alvo de R$ 64,50, alta de 19,79% na comparação com o fechamento de quarta-feira (30), quando a ação encerrou o pregão a R$ 53,84. Seguem construtivos com a ação por observar resiliência da companhia frente às mudanças de ciclo do preço do minério de ferro, com a possibilidade de alterações no portfólio de produtos da Vale.
“Também calculamos um fluxo de caixa livre de 13% em 2025. Isso torna nossas perspectivas de dividendos da Vale atrativas, com estimativa de rendimentos em proventos de 8% para 2025 e 10% para 2026. Vale ressaltar que esses dividendos seriam maiores se não fosse a preferência da companhia pela recompra de ações, indicando que o papel segue sendo penalizada além do justo”, concluem Igor Guedes, Luca Vello e Iago Souza, que assinam o relatório da Genial.
A Ágora Investimentos, por sua vez, tem recomendação de compra, com preço-alvo R$ 78 para o fim de 2025, crescimento de 44,87% em relação ao fechamento de quarta-feira (30). A corretora estima um rendimento em dividendos de 7,5% para o papel em 2025.
“Embora reconheçamos que os preços do minério de ferro devem permanecer sob pressão no curto prazo em meio à piora da sazonalidade da atividade de construção na China, mantemos nossa visão de preços resilientes no médio prazo, prevendo uma média de US$ 100/tonelada em 2025 e 2026”, salientam Rafael Barcellos do Bradesco BBI e Renato Chanes da Ágora Investimentos.
O Itaú BBA segue a mesma linha e recomenda compra para a Vale com preço-alvo de US$ 13 para o fim de 2025, alta de 35% em relação ao fechamento da American Depositary Receipt (ADR) da mineradora no pregão de Nova York. Os analistas concordam com os demais e enxergam que a queda do lucro já está precificada no papel. Por isso, a visão geral para o ativo é positiva.
Em resumo
Quando a Vale divulga o balanço do 2T25?
Na noite desta quinta-feira, 31 de julho de 2025.
Vale a pena investir em VALE3 agora?
A maioria dos analistas recomenda compra para Vale (VALE3), com preço-alvo de até R$ 78.