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- Com a queda recente do Nubank, seus concorrentes internacionais já se aproximam ou até superam o valor do banco brasileiro, avaliado hoje em US$ 25,4 bilhões
- Em 2023, o Itaú BBA espera lucro líquido de R$ 4,5 bilhões para o Nubank, com um retorno patrimonial (ROE) de 18%
Altamiro Silva Junior – As ações do Nubank estão despencando e podem cair ainda mais, a depender de seus fundamentos. Em um cenário mais conservador, o Itaú BBA vê o papel com chance de baixar para a faixa dos US$ 3 a US$ 4.
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Se mostrar resultados melhores que o esperado, o preço pode subir a US$ 8,00, ainda assim abaixo do que saiu na abertura de capital, quando o papel foi vendido a US$ 9,00. A estimativa atual do Itaú BBA para o preço justo do Nubank, revista no final de abril, é de US$ 6,60.
Com a queda recente do Nubank, seus concorrentes internacionais já se aproximam ou até superam o valor do banco brasileiro, avaliado hoje em US$ 25,4 bilhões. A fintech inglesa Revolut foi avaliada em US$ 33 bilhões na última rodada de captação em meados de 2021 e o banco digital americano Chime em US$ 25 bilhões.
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A antecipação do fim do prazo de lock-up, em que os acionistas são proibidos de vender suas ações, em cerca de um mês, colocou pressão adicional no Nubank. Na quarta-feira (4), os papéis encerraram o pregão na Bolsa de Nova York (Nyse) em alta de 5,48%, a US$ 5,77. Nesta quinta-feira (5), até 11h44, estavam em queda de 8,67%, a US$ 5,28.
Em 2023, o Itaú BBA espera lucro líquido de R$ 4,5 bilhões para o Nubank, com um retorno patrimonial (ROE) de 18%. Em um cenário onde a inadimplência do banco, ainda muito dependente do cartão de crédito, avance mais que o esperado e o retorno caia para a casa dos 10%, o preço da ação ficaria no cenário mais conversador (US$ 3 a US$ 4). Já no ambiente mais otimista, com ROE superando 20%, as ações superariam os US$ 8.
Os analistas do BBA, liderados por Pedro Leduc, especulam sobre o valor justo da companhia levando em conta uma série de métricas. Em uma delas, a do ganho que cada cliente gera para o banco, houve queda considerável. Na época da abertura do capital, em dezembro de 2021, a medida do Nubank era de US$ 820/cliente, valor que caiu pela metade agora.
Entre seus pares digitais, considerando suas bases atuais de cliente, essa métrica é de US$ 200/cliente. Se a métrica do Nubank cair para esse nível, implica na ação na casa dos US$ 2 ou a US$ 3, neste último caso considerando a estimativa de chegar ao final do ano com 72 milhões de clientes.
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A queda do papel do Nubank, além da antecipação do período de lock-up e do fim do otimismo com empresas nascentes de forte crescimento na economia mundial, por conta da alta de juros, também reflete a preocupação com a inadimplência, observa Leduc.
A desaceleração da economia e os juros subindo a dois dígitos devem afetar a taxa de calotes do banco digital, afetando os ganhos do Nubank. A piora do cenário mostra ainda os desafios de monetizar a base de clientes por meio do crédito no Brasil, ressalta o Itaú BBA.