Em reunião anual de acionistas em Omaha, Nebraska, a Berkshire Hathaway registrou lucro líquido de US$ 12,702 bilhões no primeiro trimestre de 2024, uma queda de 64,2% ante mesmo período de 2023, segundo balanço divulgado neste sábado (4). O resultado corresponde a lucro por ação (EPS) de US$ 8.825 para as ações classe A e de US$ 5,88 para as de classe B.
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Em igual período do ano passado, a gestora – que tem Warren Buffett, de 93 anos, como CEO – reportou lucro líquido de US$ 35,504 bilhões, EPS de US$ 24.377 e US$ 16,25 para as ações classe A e B, respectivamente.
Apesar da queda de 64% no lucro líquido em um ano, a Dow Jones aponta que analistas esperavam que o tombo fosse ainda maior, de cerca de 72%. Já os lucros operacionais saltaram 39% na comparação anual, para US$ 11,222 bilhões.
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Analistas, segundo a Dow Jones, esperavam que os lucros operacionais por ação subissem para US$ 4,47, com as receitas aumentando 2% para um pouco mais de US$ 87 bilhões. A empresa comprou de volta US$ 2,6 bilhões em ações no primeiro trimestre, acima dos US$ 2,2 bilhões no quarto trimestre de 2023.
Durante a reunião, Buffett elogiou a Apple no palco, mesmo depois de revelar que a Berkshire Hathaway reduziu participação na empresa durante o primeiro trimestre de 2024. Buffett disse a uma arena de acionistas que a Apple é “um negócio ainda melhor” do que o American Express e a Coca-Cola, duas outras grandes posições no imenso portfólio de ações de sua empresa.
No total, a gestora vendeu cerca de 13% de sua enorme participação na Apple nos primeiros meses de 2024, deixando-a com US$ 135,4 bilhões em ações do fabricante do iPhone no final de março, segundo a Dow Jones.
O estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, participou da reunião e enviou comentários com exclusividade para o E-Investidor. “Buffett reforçou que a Apple continua com a maior posição da carteira e que a gestora permanece gostando do papel, mas que decidiram vender a participação para ajustar o portfólio”, diz Alves.
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Essa foi a primeira reunião sem o antigo sócio de Buffett, Charlie Munger, que faleceu no fim do ano passado, aos 99 anos. Veja quem foi Charlie Munger e qual seu impacto no mundo dos investimentos.
“Durante décadas eles fizeram essa reunião juntos, então muitas homenagens foram feitas para celebrar o Charlie e a parceria de longa data”, diz Alves. O estrategista-chefe relatou ainda que nunca viu um evento da Berkshire tão lotado quanto o de hoje, com visitantes de diferentes partes do mundo. “Acredito que o efeito Munger acabou motivando as pessoas, com aquele receio de que Buffett também não é eterno e não sabemos como será o dia de amanhã.”
Em um determinado momento do evento, o megainvestidor mencionou o nome de Charlie por engano ao se dirigir a Greg Abel, seu sucessor na presidência da holding. “Ele pediu desculpas e mencionou que isso poderia acontecer mais algumas vezes”, relata Alves. Após a menção, Buffett recebeu aplausos.
Questionado sobre os planos de sucessão na Berkshire, o “Oráculo de Omaha” reforçou que Abel será o seu sucessor, mas que ainda não há uma previsão definida para que essa transição aconteça.
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