O que este conteúdo fez por você?
- No quarto trimestre do ano passado, a empresa apresentou uma queda de 90% no seu lucro em comparação ao mesmo período do ano passado
- Apesar do resultado ruim, as sinalizações positivas da empresa, impulsionada pelo crescimento de 7,7 milhões de assinantes, animaram o mercado
- Na avaliação de analistas, desde os resultados ruins no início de 2022, a companhia tem se reestruturado para conseguir reverter os seus números
Enquanto algumas ações de Big Techs, como Alphabet (GOOGL) e Microsoft (MSFT), apresentam ganhos singelos nos primeiros meses de 2023, os papéis da Netflix (NFLX) esbanjam uma alta de 18% durante o mesmo período. Os BDRs (título emitido no Brasil que representa uma ação de companhia aberta sediada no exterior) listados na B3 também não ficam atrás: de janeiro até o pregão da última sexta-feira (17) acumulam um ganho de 14,8%.
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O motivo para o otimismo dos investidores com a plataforma de streaming está na projeção positiva para os resultados que serão anunciados nos próximos meses.
A alta expectativa pelos resultados da Netflix está baseada em uma reestruturação focada na eficiência operacional que a companhia realiza desde o primeiro semestre do ano passado. De janeiro a junho de 2022, por exemplo, a plataforma de streaming anunciou a demissão de 450 funcionários.
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A mesma medida foi adotada por outros empresas de tecnologia, como as próprias Alphabet e Microsoft, entre os meses de novembro do ano passado e janeiro deste ano. Apenas nesse intervalo de tempo, mais de 50 mil profissionais foram demitidos pelas gigantes de tecnologia. Veja os detalhes nesta reportagem.
“Com os ajustes que foram feitos, como as demissões, é possível que, no primeiro semestre ou no segundo semestre, as companhias consigam recompor (o caixa), dado aos custos mais baixos e o foco na eficiência”, diz Junior Borneli, fundador da StartSe. Ao recuperar margens de lucro e apresentar crescimento, a tendência é que as ações consigam apresentar ganhos ainda maiores ao longo de 2023.
Coma nova configuração no quadro de funcionários, a companhia se voltou para o lançamento de novos conteúdos que pudessem atrair ainda mais o público. O esforço deu certo. De outubro a dezembro do ano passado, a Netflix conquistou 7,7 milhões de novos assinantes. A projeção da empresa era de um avanço bem menor, de 4,5 milhões, enquanto o mercado esperava alta de 4,6 milhões. Dessa forma, o total de clientes ficou em 230,8 milhões globalmente ao fim de 2022.
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Por outro lado, os outros dados econômicos não foram nada animadores. O lucro da companhia caiu 90% no quarto trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Mesmo assim, as ações “surfam” um movimento de alta. Ainda de acordo com Borneli, apesar dos resultados ruins, o último balanço trouxe sinalizações positivas. “A Netflix conseguiu consertar o problema de compartilhamento de senhas e criou ferramentas de publicidades para os planos mais acessíveis”, afirma.
A entrada de anúncios publicitários iniciou em 3 de novembro do ano passado. A medida surgiu logo após a companhia apresentar uma queda no número de usuários no primeiro trimestre de 2022 e enxergar o crescimento de novos players no mercado.
De acordo com Richard Camargo, analista da Empiricus Research, o momento ruim fez com a Netflix se comprometesse ao longo do ano passado com os investidores ao apresentar um “guidance” mais otimista para 2023.
“É uma empresa madura e em transformação para ajustar sua estrutura administrativa e profissional em um negócio mais rentável. Esse resultado a gente está acompanhando trimestre a trimestre”, avalia Camargo.
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Já as outras big techs, como Alphabet e Microsof, decidiram adotar uma reestruturação focada na eficiência operacional ao longo do segundo semestre de 2022. Veja os detalhes nesta reportagem.
A decisão trata-se de uma necessidade das companhias se adequarem ao novo contexto macroeconômico de juros em patamares elevados por mais tempo para apresentar bons resultados e atrair a atenção dos investidores. Além disso, as companhias devem continuar com os os seus investimentos nos próximos meses para conquistar novas vertentes de atuação que possam garantir lucratividade no futuro.
Um exemplo desse processo é a “corrida” pelo domínio de mercado sobre a Inteligência Artificial (IA). A Microsoft, por exemplo, informou que as novas versões do Bing e do Edge, os seus navegadores de busca, contam com os recursos de IA do ChatGPT.
No dia do anúncio, as ações da big tech subiram 4,2%. O novo serviço também vai integrar o Microsoft Teams Premium. A ideia é que a ferramenta possa criar listas de tarefas, legendar reuniões e catalogar trechos. A mudança ameaça outros aplicativos de videoconferência, como o Zoom, que ganhou muita relevância durante a pandemia da covid-19 e ultrapassou os 260 mil usuários pagantes em abril de 2020.
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