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BofA eleva Burger King de neutro para compra, com preço-alvo de R$ 9

Para o banco, as empresas líderes de restaurantes estão emergindo da pandemia com estruturas de custos enxutas

BofA eleva Burger King de neutro para compra, com preço-alvo de R$ 9
Segundo o BofA , a elevação ocorre após o setor de fast food apresentar vendas mais fortes do que o esperado. (Foto: REUTERS/Benoit Tessier)
  • Os analistas destacam que as margens brutas estão se recuperando muito mais rapidamente do que as previsões anteriores
  • O banco aponta ainda que as taxas de penetração de fast food permanecem baixas em toda a América Latina.

Beth Moreira – O Bank of America elevou a recomendação para as ações do Burger King e da Arco, de neutro para compra. Segundo o banco, a elevação ocorre após o setor apresentar vendas mais fortes do que o esperado, recuperação de margem bruta impressionante e melhor alavancagem operacional em estruturas de custos mais enxutas.

Em relatório, os analistas Robert E. Ford Aguilar, Melissa Byun, Vinicius Pretto e Guilher Vilela preveem uma perda de lucro por ação em 2023 mais estreita, de R$ 0,03, contra R$ 0,24 anterior. O banco também elevou o preço-alvo de Burker King de R$ 8 para R$ 9, o que representa um potencial de alta de 25,9% ante o fechamento de ontem. O banco cita como base o múltiplo de EV/receita líquida previsto para 2023 de 0,8 vez (de 0,75 vez anteriormente), na expectativa de maiores margens de longo prazo e retorno aos lucros em 2024.

Para o banco, as empresas líderes de restaurantes regionais estão emergindo da pandemia de covid-19 com estruturas de custos mais enxutas, maior automação de lojas, marketing mais direto ao consumidor (DTC) e ferramentas de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) cada vez mais sofisticadas, além de sustentar níveis muito mais altos de vendas via entrega. “À medida que as vendas diminuem as lacunas pré-pandemia em termos reais, procuramos que as margens inicialmente convirjam e, posteriormente, excedam os níveis anteriores”, avaliam.

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Os analistas destacam que as margens brutas estão se recuperando muito mais rapidamente do que as previsões anteriores, apesar da inflação de alimentos e graus variados de pressão sobre a renda disponível do consumidor. “Embora as vendas de entrega mais altas sejam um fator, as melhorias também refletem os esforços de segmentação de preços, à medida que os líderes avançam em direção a estratégias promocionais mais inteligentes que otimizam cada vez mais a elasticidade do consumidor”, afirmam.

Os profissionais acrescentam ainda que os esforços de gerenciamento de receita garantem preços acessíveis, adaptando ingredientes, adicionando ou removendo itens de menu, agrupando ofertas, reduzindo o tamanho e aumentando o preço em áreas inelásticas. “Por fim, sugerimos que as ferramentas de CRM que amadurecem rapidamente estão permitindo maior compreensão e engajamento específico do consumidor, permitindo estratégias de ativação e verificação mais eficazes, frequentes e eficientes”, afirmam.

O banco aponta ainda que as taxas de penetração de fast food permanecem baixas em toda a América Latina. Além disso, a pandemia desencadeou uma onda maciça de falências e saídas de mercado nos últimos dois anos, particularmente no Brasil e no México, mas também nos maiores mercados europeus.

“No Brasil e no México, estima-se que mais de 220 mil restaurantes tenham fechado, perturbando os mercados imobiliários e deixando um vácuo considerável. Sugerimos que o deslocamento generalizado da indústria de restaurantes cria uma oportunidade substancial para consolidação e crescimento da indústria de fast food”, avaliam.

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