O criador, um empresário gaúcho especialista em marketing, pretendia homenagear os consumidores e ao mesmo tempo promover uma relação de fidelidade.
Foi assim que João Carlos Rego implementou a ideia com sucesso e, passados 20 anos, ela continua impulsionando relações de consumo, alavancando vendas e gerando valor.
Brasileiro adere ao mercado financeiro
Uma das indústrias que também tem aproveitado a data para emplacar ofertas de produtos e serviços é a financeira. Trata-se de um dos setores que mais cresce no Brasil.
Isso porque boa parte da população enxergou no mercado possibilidades de fazer o dinheiro render, e isso é, de certa forma, uma novidade para o brasileiro que por anos viu sua aplicação evoluir pouco.
Acontece que os bancos tradicionais implementaram novos produtos de investimentos e serviços e, na sequência, os neobancos – que são aqueles já digitais, mais dinâmicos e menos burocráticos – captaram milhares de clientes e, literalmente, alavancaram a bancarização no País.
Esse fenômeno ainda está acontecendo diariamente, cuja porta de entrada é a conta simples, o cashback, e a carteira digital.
Depois, os novos correntistas passam a ter acesso a produtos de renda fixa e de renda variável. Mais recentemente, os criptoativos também entraram nesse mercado cheio de opções.
Investidor pessoa física na B3
Tanto é assim que o volume de investidores pessoa física que operam renda fixa na B3 (B3SA3) cresceu 59,4% em cerca de um ano e meio, para 15,3 milhões. O número foi divulgado no primeiro semestre de 2023 pela empresa de infraestrutura de mercado.
A adesão de centenas de pessoas aos bancos, fintechs e outras empresas do setor financeiro chamou a atenção de gente mal-intencionada que tenta burlar, diariamente, aplicativos, sistemas de pagamento e recebimento e outros recursos de uso cotidiano para movimentação de dinheiro.
Se décadas atrás o brasileiro precisava se preocupar com o furto e roubo de pertences, incluindo objetos de valor, carteira e dinheiro, atualmente ele precisa se preocupar com isso e também com golpes que se multiplicam nos canais digitais.
As empresas, por sua vez, reforçam a defesa cibernética de suas plataformas e aplicativos para, assim, assegurar que seus clientes se mantenham resguardados desse tipo de dor de cabeça. Entretanto, vez ou outra um agente mal-intencionado consegue quebrar a barreira de segurança.
Vulnerabilidades em sistemas também facilitam o acesso dos criminosos e em qualquer destas circunstâncias, o cliente deve procurar imediatamente a instituição financeira e reportar o caso.
Confira dicas de produtos financeiros
Volnei Eyng, 43, CEO da Multiplike, uma das maiores gestoras de recursos do País, elaborou dez dicas para o brasileiro investir sem medo, atendendo pedido do E-Investidor.
Ele afirma que sua missão é auxiliar as empresas a atingirem seu potencial financeiro máximo, oferecendo crédito estruturado com segurança e agilidade.
“Estamos focados em proporcionar soluções personalizadas que atendam às necessidades específicas de cada cliente, seguindo uma abordagem inovadora e orientada para o cliente”, destacou.
Antes de tratar das dicas, ele pontua alguns produtos financeiros considerados seguros. Confira:
- Títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional
São utilizados para financiar contas da União e arrecadar fundos. É o título de investimento mais seguro do Brasil. “Nesse caso a única situação em que o investidor não receberia o dinheiro seria o colapso das finanças do governo”, disse.
- CDB’s com Garantia do FGC
Estes são Certificados de Depósito Bancário que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). “Vale lembrar que o valor máximo coberto pelo FGC é de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ em cada conglomerado financeiro”, destacou.
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). “Esses títulos são investimentos isentos de Imposto de Renda”, ressaltou.
Fundos DI investem principalmente em títulos públicos ou privados de curto prazo. “Estes oferecem baixo risco e liquidez diária”, pontuou o executivo.
Títulos de empresas com boa saúde financeira podem ser consideradas de baixo risco, embora geralmente ofereçam retornos um pouco maiores do que os investimentos mais seguros.
Eyng lembra que a evolução do mercado e a regulamentação pela nova ICVM 175, que entra em vigor em outubro desse ano, permitirá o acesso ao investidor de varejo a fundos de crédito estruturado, que até então eram restritos a investidores profissionais ou qualificados.
“Com alto grau de governança, e por possuírem em suas estruturas níveis de proteção com camadas que reduzem o risco ao investidor, acaba sendo uma opção atrativa e segura”, frisou.
As dicas
Entretanto, ele elencou que para uma maior segurança, alguns pontos devem ser observados em relação as empresas que oferecem as opções de investimento, o que reduz consideravelmente o risco:
- Regulação e fiscalização: Certifique-se de que o investimento e a instituição estejam sujeitos à regulamentação adequada. No Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o Banco Central são os principais órgãos reguladores do mercado financeiro. Verifique se a instituição está devidamente registrada junto a essas entidades.
- Transparência: Investimentos seguros devem ser transparentes quanto aos seus termos, riscos e custos associados. Desconfie de investimentos que prometem retornos extraordinários com informações vagas ou confusas.
- Ter ‘skin in the game’ / pele no jogo: em investimentos em crédito privado e estruturado é essencial que os administradores das empresas ou fundos sejam participantes ativos da operação e investidores ativos para alinhar os interesses do investidor com o sucesso do empreendimento, garantindo comprometimento e responsabilidade.
- Auditorias independentes: Verifique se o investimento é auditado regularmente por uma empresa de auditoria independente. Relatórios de auditoria podem fornecer uma visão adicional sobre a saúde financeira da empresa.
- Agências classificadoras de risco/rating: São entidades que avaliam e atribuem notas de crédito a empresas e instrumentos financeiros, desempenhando um papel crucial ao fornecer informações sobre o risco de crédito, auxiliando investidores na tomada de decisões e contribuindo para a estabilidade do mercado financeiro.
- Histórico e reputação: Verifique o histórico e a reputação da instituição financeira ou empresa. Procure por reclamações, processos judiciais, notícias negativas ou qualquer sinal de comportamento suspeito.
- Pesquisa e informação: Realize uma pesquisa minuciosa sobre o investimento e a instituição financeira ou empresa que o oferece. Use fontes confiáveis e verificáveis para obter informações. Confira se a instituição está devidamente registrada e autorizada pelos órgãos reguladores.
- Diversificação: Mantenha uma carteira de investimentos diversificada para reduzir o risco. Não coloque todos os seus recursos em um único investimento ou empresa.
- Acompanhamento contínuo: Mesmo depois de investir, continue acompanhando o desempenho e a situação financeira do investimento. Esteja atento a qualquer sinal de irregularidade ou mudança nas condições.
- Consulte um profissional: Considere consultar um consultor financeiro ou um especialista em investimentos para obter orientação personalizada. Eles podem ajudá-lo a avaliar a segurança de investimentos específicos com base em sua situação financeira e objetivos.
Por fim, ele trouxe uma décima primeira dica, muito importante, por sinal: “fique atento às condições de mercado. Se algo parece bom demais para ser verdade ou se você tiver dúvidas sobre a legitimidade de um investimento, seja cauteloso.”