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Theranos: quem é Elizabeth Holmes, condenada por fraude nos EUA

Ela atraiu investimentos milionários com proposta de revolucionar os exames de diagnóstico

Theranos: quem é Elizabeth Holmes, condenada por fraude nos EUA
Elizabeth Holmes também foi acusada de enganar os pacientes sobre a precisão dos testes. Foto: REUTERS/Brittany Hosea-Small
  • A empresária foi considerada culpada por fraudar investidores privados entre 2010 e 2015, que apostaram na proposta revolucionária da startup de exames de diagnósticos médicos. 
  • A tecnologia parecia estar muito acima das disponibilizadas no mercado e rapidamente Holmes e a Theranos alcançaram o status de queridinhas no Vale do Silício.
  • A empresa conseguiu atrair cerca de U$ $700 milhões em investimentos – grande parte vindos de investidores famosos.

(Luíza Lanza – Especial para o E-Investidor) – Fundadora da Theranos e ex-bilionária queridinha do Vale do Silício, a americana Elizabeth Holmes foi considerada culpada, na última segunda-feira (3), de quatro das 11 acusações que enfrentava na Justiça dos Estados Unidos.

A empresária foi considerada culpada por fraudar investidores privados entre 2010 e 2015, que apostaram na proposta revolucionária da startup de exames de diagnósticos médicos.

Holmes, 37, também foi acusada de enganar os pacientes sobre a precisão dos testes. A trajetória meteórica da empresária da Theranos passa do posto de bilionária aos 30 anos à falência, e, agora, à condenação. A fraude da empresa envolve centenas de milhões de dólares e levou ao prejuízo nomes de peso no mercado norte-americano.

Do topo aos tribunais

Em 2003, quando tinha 19 anos, Elizabeth Holmes largou a faculdade de Engenharia Química, na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, para fundar sua própria empresa. A promessa era revolucionar o mercado com exames de diagnósticos precisos para centenas de doenças – do colesterol ao câncer – feitos a partir de gotas de sangue.

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A tecnologia parecia estar muito acima das disponibilizadas no mercado. Rapidamente, Holmes e a Theranos, companhia que fundou, alcançaram o status de queridinhas no Vale do Silício, região ao sul de São Francisco, na Califórnia, conhecida por concentrar grandes empresas de alta tecnologia. Muitos apostavam que tratava-se da ‘nova Steve Jobs’ – em referência ao ícone do Silício e fundador da Apple, hoje avaliada em US $3 trilhões.

Em 2014, ela estampou a capa da revista americana Forbes, que a considerou como ‘a mais jovem bilionária self made do mundo’. Holmes era acionista majoritária da Theranos, com 50% das ações da empresa, avaliada em US$ 9 bilhões à época.

>Apesar do status, o trabalho da empresa começou a ser questionado em 2015 quando o jornal americano The Wall Street Journal publicou uma série de artigos sugerindo que a tecnologia da empresa não fosse tão precisa quanto prometia. O escândalo atraiu a atenção das autoridades, que abriram um inquérito para investigar a empresa.

Até que isso acontecesse, porém, a empresa conseguiu atrair cerca de US$ 700 milhões em investimentos – grande parte vindos de investidores famosos. Entre eles, George Schultz e Henry Kissinger, ambos ex-secretários de estado dos Estados Unidos e os Waltons, donos da rede de supermercado Walmart e a família mais rica dos EUA. 

Outros nomes também apostaram na empresa fundada por Elizabeth Holmes, como a família da ex-secretária de educação dos EUA Betsy DeVos, com um investimento de US$ 100 milhões, e o magnata da imprensa americana Rupert Murdoch, que chegou a investir US$ 125 milhões. 

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A Theranos declarou falência em 2018, após várias tentativas para encontrar compradores para o negócio, com o objetivo de gerar caixa para pagar a dívida, estimada em US$ 60 milhões, que tinha com credores da empresa. Na época, estimava-se que o prejuízo de ex-investidores alcançava a casa de US$ 1 bilhão.

 

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