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- É fácil supor que Elon Musk gostaria de voltar atrás na escolha de construir a primeira fábrica europeia da montadora, na Alemanha
- Em abril de 2021, a montadora reclamou do processo “irritante” para conseguir a aprovação final do projeto
- A instalação – anunciada pela primeira vez no final de 2019 – foi adiada por meses devido a recursos judiciais de grupos ambientalistas preocupados com o uso excessivo de água e ameaça à vida selvagem local
A Tesla definiu recentemente o que determinará onde a montadora vai construir sua próxima fábrica. Dando uma olhada na lista, é fácil supor que Elon Musk gostaria de voltar atrás na escolha de construir a primeira fábrica europeia da montadora, na Alemanha.
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Os critérios, divulgados por Ben Kallo, do banco de investimento Baird, incluem “o mínimo de burocracia possível”, escreveu o analista em 8 de setembro. A Tesla já provou uma boa dose disso em Gruenheide, nos arredores de Berlim.
Em abril de 2021, a montadora reclamou do processo “irritante” para conseguir a aprovação final do projeto. A dancinha de Musk durante a inauguração da fábrica em março foi um raro momento de comemoração.
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A instalação – anunciada pela primeira vez no final de 2019 – foi adiada por meses devido a recursos judiciais de grupos ambientalistas preocupados com o uso excessivo de água e ameaça à vida selvagem local. Semanas depois de a produção finalmente ser iniciada, Musk referiu-se às fábricas da Tesla na Alemanha e no Texas como “gigantescas fornalhas de dinheiro” que estavam perdendo bilhões de dólares.
Agora, mais obstáculos estão surgindo. Na semana passada, a rede de TV alemã RBB informou que as autoridades de Gruenheide haviam adiado indefinidamente uma votação para aprovar ou não o plano da Tesla de expandir a fábrica em cerca de 100 hectares para adicionar um pátio de carga e um depósito para armazenar peças.
Pelo menos parte da expansão aconteceria em uma área protegida ambientalmente, e qualquer plano para derrubar mais árvores com certeza vai se deparar com forte oposição.
“Há necessidade de esclarecimentos com as autoridades no que diz respeito às possibilidades de construção para todo o município de Gruenheide”, disse Arne Christiani, prefeito da cidade, por telefone. “Não está claro quando isso será resolvido.”
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Surgiram sinais de que a burocracia da Alemanha poderia custar caro para o investimento da Tesla em Gruenheide. No final do ano passado, a empresa decidiu abdicar de 1,14 bilhões de euros em auxílios do governo porque escolheu tentar produzir um novo tipo de célula de bateria primeiro no Texas. O Wall Street Journal informou este mês que a empresa estava suspendendo os planos de fabricar células de bateria na Alemanha e analisava o envio de equipamentos de fabricação de células de bateria para os Estados Unidos.
Joerg Steinbach, ministro da economia do estado de Brandemburgo, onde a fábrica da Tesla está localizada, tuitou na quarta-feira que haviam lhe garantido que tudo estava dentro dos conformes.
“O compromisso em Gruenheide permanece o mesmo, principalmente em relação aos planos de expansão para a produção de automóveis”, tuitou Steinbach após uma conversa com representantes da Tesla em Washington. “A fábrica de baterias será concluída. As mudanças e as priorizações dos processos internos estão pendentes. Mas a fábrica está por vir.”
Em meio a todos esses acontecimentos, a Tesla recentemente organizou um evento aberto ao público no centro de convenções de Gruenheide, onde os funcionários da empresa socializaram com algumas dezenas de visitantes enquanto comiam sanduíches de pretzel e rosquinhas.
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Os funcionários, usando camisetas pretas, apresentaram os planos da montadora em relação à logística, contratação e expansão, e também conversaram sobre temas mais delicados, como o consumo de água.
Um assunto monopolizou as conversas: o sistema de produção just-in-time, segundo os trabalhadores, havia se tornado inviável devido aos transtornos na cadeia de suprimentos, às paralisações de fábricas provocadas pela covid-19 e o aumento das despesas com a logística. Esta é a razão pela qual a Tesla está tentando expandir a fábrica com um depósito para armazenar mais peças e um pátio de carga com várias vias para transferir as entregas aos trens com a ajuda de caminhões.
Um funcionário disse que, no caso das peças de baterias da China, a Tesla enfrentou o congestionamento de contêineres no porto de Hamburgo. Optar pelo transporte de cargas aéreo, além de mais caro, também não é uma boa escolha, pois vários aviões de carga estão sendo desviados nas proximidades do espaço aéreo fechado entre Rússia e Ucrânia, o que elevaria ainda mais os custos.
A Tesla já adotou algumas medidas nada convencionais para se livrar de apuros na produção antes: talvez a mais conhecida seja de 2018, quando a montadora encarava dificuldades para fabricar em massa o Model 3. A empresa acabou construindo uma linha de montagem sob uma tenda imensa na parte externa da fábrica para aumentar a produção.
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A famigerada burocracia alemã e seus sindicatos fortes tornam esse tipo de solução incomum muito mais difícil. No mês passado, Musk disse durante a reunião anual da Tesla que ainda havia um “monte de problemas” para resolver tanto em Austin como em Gruenheide. Embora talvez existam dificuldades para atingir a capacidade máxima em ambos os locais, a empresa tem demonstrado claramente uma maior vontade de lidar com o Texas./Tradução de Romina Cácia