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Faria diz que Huawei não tem interesse em rede privada de 5G no Brasil

Infraestrutura do governo deve ter equipamentos europeus

Faria diz que Huawei não tem interesse em rede privada de 5G no Brasil
Pin com a marca da Huawei 5G em congresso de tecnologia na Índia, em 2019 (Foto: Anushree Fadnavis/Reuters)

(Reuters) – O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou nesta quinta-feira, 19, que a empresa chinesa Huawei, fabricantes de equipamentos para redes 5G, não teria interesse em participar da formação da rede privada de comunicações do governo, e que o fornecimento de equipamentos deverá ficar com Nokia e Ericsson, que já teriam expertise nessa área.

Em uma entrevista a correspondentes estrangeiros, Faria afirmou que a separação da rede privada do governo da rede geral de 5G “resolveu” o problema do riscos de espionagem visto por alguns setores do governo.

O governo brasileiro era pressionado pelos Estados Unidos para evitar a entrada dos chineses na rede, mas as teles brasileiras, pelo outro lado, pressionavam para que se evitasse a barreira porque a Huawei é hoje a maior e mais barata fornecedora de equipamentos.

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Segundo Faria, o edital traz limitações às quais a chinesa teria que se adaptar para participar da rede privada, e citou o fato de um dos diretores da empresa ser fundador do Partido Comunista Chinês.

“Mas as informações que temos é que a Huawei não teria interesse em participar da rede privativa. De qualquer forma, Nokia e Ericsson são as mais especializadas em redes privativas. Creio que isso resolveu nosso problema, e o resto ficará para o livre mercado”, afirmou, acrescentando que a etapa de compra de equipamentos é posterior e cabe às empresas que venceram o leilão.

Faria reafirmou que o leilão deve ser marcado para, no máximo, a segunda quinzena de outubro e que, logo depois de realizado, as empresas devem começar os investimentos.

A previsão do ministro é que até o final deste ano algumas capitais, mais populosas, já tenham rede de 5G standalone. Todas as 27 devem ter as redes até julho de 2022, de acordo com o edital.

Na quarta-feira, 18, o Tribunal de Contas da União analisou o edital preparado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Apesar de a área técnica ter questionado alguns pontos, em especial a rede privada, o parecer do relator Raimundo Carrero aprovou praticamente na íntegra o edital – apenas foram acrescentadas algumas sugestões para garantir o cumprimento de alguns compromissos, como a conexão de fibra ótica na Amazônia.

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Carrero foi acompanhado por seis outros ministros. Apenas Raimundo Cedraz pediu vistas, o que impediu o encerramento da votação. Mas, apesar de o ministro ter pedido dois meses para a análise, os demais votaram por conceder apenas uma semana, e o tema deve ser concluído na próxima semana.

Faria reforçou ainda que o governo espera que o leilão arrecade 37 bilhões de reais em investimentos pelas empresas e outros 8,7 bilhões de reais de outorga.