

As ações da Ambipar (AMBP3) voltaram a saltar na Bolsa brasileira. Depois de subir 18% na última sessão, os papéis da empresa disparam 21,69% a R$ 10,77, às 16h17 desta segunda-feira (29).
Publicidade
As ações da Ambipar (AMBP3) voltaram a saltar na Bolsa brasileira. Depois de subir 18% na última sessão, os papéis da empresa disparam 21,69% a R$ 10,77, às 16h17 desta segunda-feira (29).
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Na semana passada, os ativos derreteram 37,68%, acompanhando diferentes notícias polêmicas sobre a empresa. Na noite da última segunda-feira (22), a companhia informou que o então CFO (diretor financeiro), João Daniel Piran de Arruda, deixou o cargo. Na data, a Ambipar também informou a realização da sétima emissão de debêntures, em duas séries, no valor total de até R$ 3 bilhões.
Já na quinta-feira (25), a empresa conseguiu uma tutela cautelar na 3.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Na prática, a medida protege a companhia de exigências de credores por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. O mecanismo garante a possibilidade de que a Ambipar tente acordos ou então entre com um pedido de recuperação judicial – possibilidade mais provável, na visão de especialistas consultados pelo E-Investidor.
Publicidade
Com os últimos desdobramentos, o UBS BB colocou sua recomendação e preço-alvo para Ambipar em revisão. O banco se juntou a outras instituições que já haviam seguido o mesmo caminho no ano passado. Após os papéis subirem mais de 700% em 2024, nomes como Bank of America (BofA), Itaú BBA e XP Investimentos suspenderam a cobertura do ativo.
De acordo com o UBS, a empresa passa por uma ruptura em sua capacidade de gerir liquidez e governança.
“Após anos de expansão por meio de mais de 70 operações de M&A (fusões e aquisições) e crescente complexidade financeira, eventos recentes expuseram fragilidades na governança e na solidez do balanço”, destacam os analistas Giuliano Ajeje e Henrique Simões, que assinam o relatório.
Anteriormente, o banco tinha recomendação neutra e preço-alvo de R$ 12 para AMBP3, mas agora aguarda novas notícias para avaliar o papel. O UBS observa que acordos financeiros antigos, realizados sem supervisão e divulgação, prejudicam a confiança nos números reportados e no controle estratégico da companhia.
Na visão de analistas, os desdobramentos recentes também podem afetar a competitividade da empresa em relação a seus concorrentes. A Ambipar Response, que oferece serviços de resposta a emergências e incidentes ambientais, corre o risco de ser prejudicada. “Instabilidade financeira ou percepção de desorganização podem levar clientes a relutarem em depender de suas equipes em situações de crise”, destacam.
Mesmo a vertical Environment – especializada em gerenciamento de resíduos com foco em valorização –, que tem contratos de longo prazo, pode ver concorrentes se aproveitando deste momento para desafiar a posição da empresa e seu poder de precificação.
Publicidade
De forma geral, o UBS enxerga um aumento da concorrência para a Ambipar. “Rivais como a Orizon (ORVR3) e players internacionais de gestão de resíduos podem explorar o contraste, sinalizando balanços mais sólidos e melhor governança para conquistar novos contratos”, avaliam os analistas do banco.
Invista em informação
As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador