O dólar rondava a estabilidade em relação ao real nos primeiros negócios desta quarta-feira (29), depois de avançar por cinco pregões consecutivos, mas continuava em patamares elevados em meio à cautela tanto local quanto internacional.
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Às 10h25, o dólar avançava 0,04%, a 5,4290 reais na venda. Na mínima do dia, o dólar caiu a 5,4094 reais (-0,32%), enquanto o pico da sessão foi de 5,4391 (+0,22%).
No exterior, o índice da moeda dos Estados Unidos tinha alta de 0,3%, rondando máximas de 2021, enquanto alguns dos principais pares emergentes do real — peso mexicano, lira turca e rand sul-africano — apresentavam desempenho misto.
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A movimentação tímida do dólar ante o real nesta manhã vem depois de uma sessão difícil para os ativos arriscados globais na véspera, já que expectativas de redução do estímulo do Federal Reserve, temores sobre o crescimento global e a crise energética da China elevaram a busca por segurança.
“Vem se formando essa tempestade perfeita” que explica os atuais patamares elevados do dólar, disse Helder Wakabayashi, especialista de finanças da Toro Investimentos.
Na véspera, a divisa norte-americana à vista fechou em alta pelo quinto pregão consecutivo, ganhando 0,89%, a 5,427 reais — máxima desde 4 de maio (5,4322 reais) e maior ganho percentual desde 8 de setembro (+2,84%).
Entre os fatores externos que mais colaboraram para esse movimento recente de apreciação, Wakabayashi chamou a atenção para a sinalização do banco central dos EUA de que pode dar início aos cortes em suas compras de títulos já em novembro, o que tem impulsionado os rendimentos norte-americanos nos últimos dias. Isso, por sua vez, dava suporte ao dólar internacionalmente.
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Apesar da pausa no rali da divisa nesta quarta-feira — que pode refletir a realização de leilão de swap cambial tradicional de até 14 mil contratos pelo Banco Central — Wakabayashi acredita que o dólar deve seguir em patamares elevados no curto prazo e encerrar o ano próximo dos 5,20-5,30 reais, uma vez que o ambiente doméstico também é fator de preocupação.
Em meio a persistentes incertezas fiscais, lideranças da Câmara dos Deputados e governo já discutem a eventual prorrogação do auxílio emergencial, conforme o Executivo Federal busca uma solução orçamentária para criar o programa social substituto do Bolsa Família, o Auxílio Brasil.
“Como não existe espaço no teto do gasto, a menos de reduções substanciais em outras despesas, (…) os investidores começam a se preocupar com a possibilidade de que o auxílio emergencial acabe sendo retirado do teto, tornando-o praticamente inefetivo”, escreveram analistas da Genial Investimentos em nota.
Somando-se aos ruídos fiscais, a expectativa dos investidores é de que a incerteza política ganhe cada vez mais força à medida que o ano eleitoral de 2022 — que deve contar com uma disputa polarizada pela Presidência — se aproxima, enquanto as pressões inflacionárias crescentes também ficam no radar.
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