Para se proteger, o banco decidiu segurar mais capital em caixa. Imagem: Adobe Stock.
O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou uma mudança importante na sua política de distribuição de lucros: o payout, ou seja, a porcentagem do lucro que é repassada aos acionistas, caiu de 40% para 30%. Para quem investe com foco em dividendos, essa decisão impacta diretamente o retorno esperado.
Por que o banco reduziu o pagamento de dividendos?
O principal motivo para o corte no payout foi o aumento das provisões para perdas futuras, principalmente no setor do agronegócio, diz o E-Investidor. Como muitos dos financiamentos nesse segmento têm prazos longos e são pagos após a safra, o risco de inadimplência cresce em ciclos mais desafiadores. Para se proteger, o banco decidiu segurar mais capital em caixa e, com isso, distribuir menos lucro aos acionistas.
Com a redução do payout, o rendimento dos dividendos, chamado de dividend yield, também cai. Estima-se que, até o fim de 2025, esse indicador fique entre 5% e 6%, quase a metade do que era esperado anteriormente. Para quem depende dos dividendos como renda, isso pode significar ganhos menores no curto prazo.
A queda nos lucros agravou a situação
O lucro do Banco do Brasil também decepcionou. No segundo trimestre de 2025, o lucro ajustado foi de R$ 3,78 bilhões, uma queda de 60% em relação ao ano anterior. Além disso, o banco revisou para baixo suas projeções de lucro para 2025, o que reforça o cenário de cautela.
Caso o agronegócio se recupere e a inadimplência diminua, o banco poderá voltar a distribuir lucros de forma mais robusta.
Vale a pena manter as ações?
Para investidores que priorizam dividendos, o momento exige paciência. O corte no payout reduz a atratividade no curto prazo, mas o Banco do Brasil (BBAS3) continua sendo uma empresa sólida e com potencial de recuperação. Quem pensa no longo prazo pode ver essa fase como uma oportunidade de compra, desde que esteja disposto a enfrentar mais volatilidade. “Minha visão é de compra para o investidor que tem horizonte de longo prazo. O banco já atravessou ciclos difíceis e quando normalizou sua operação, entregou bons retornos aos acionistas”, afirmou a analista e educadora financeira Beatriz Aguilar, do canal Papo de Bolsa.