

Em 2024, a tradicional reunião de acionistas da Berkshire Hathaway em Omaha, Nebraska (EUA), se iniciou com um momento especial: uma homenagem ao lendário Charlie Munger, que faleceu em novembro de 2023, aos 99 anos.
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Em 2024, a tradicional reunião de acionistas da Berkshire Hathaway em Omaha, Nebraska (EUA), se iniciou com um momento especial: uma homenagem ao lendário Charlie Munger, que faleceu em novembro de 2023, aos 99 anos.
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Munger, que atuava como vice-presidente da empresa e parceiro de longa data de Warren Buffett, foi celebrado por sua inteligência, sarcasmo e contribuição inestimável ao mundo dos investimentos. De acordo com o CNBC, suas lições continuam a impactar investidores em todo o mundo.
Mesmo com o bom humor sempre presente, o que mais impressionava em Munger era sua forma de pensar e enxergar o mercado. Antes da reunião, vários acionistas foram questionados sobre qual foi a principal lição aprendida com ele. As respostas deixaram um padrão claro.
Luis Lozano, de Cancún, resumiu em uma palavra: “Paciência.”
Dean Miller, de Monticello, explicou mais: “Provavelmente, o mais importante é a paciência. É aquele tempo no mercado. E depois não assumir um ganho rápido e depois esperar por mais tempo para um ganho melhor. Principalmente paciência para o longo prazo.”
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Essa era, de fato, uma das maiores virtudes defendidas por Munger. Ele não acreditava em ações impulsivas, mas sim em esperar oportunidades evidentes.
“Esperamos por soluções óbvias. Não estamos tentando fazer coisas difíceis. E temos paciência para esperar”, disse ele em uma assembleia de 2002.
Entre os ensinamentos mais marcantes de Charlie Munger está a mudança que ele inspirou na forma de investir de Warren Buffett.
Enquanto Buffett seguia os princípios do value investing, aprendidos com Benjamin Graham, Munger propôs uma nova abordagem: comprar empresas excelentes, mesmo que a um preço justo, em vez de companhias medianas com grandes descontos.
“Aprendi que é melhor comprar bons negócios a preços justos do que negócios muito ruins a preços realmente ótimos”, contou Jerone Gillespie, de Maryland.
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Segundo Buffett, essa foi uma das conversas mais decisivas que teve com Munger, ainda nos anos 60:
“Warren, esqueça a ideia de comprar outra empresa como a Berkshire. Mas agora que você controla a Berkshire, adicione a ela negócios maravilhosos comprados a preços justos e desista de comprar negócios justos a preços maravilhosos”, afirmou Buffett em carta aos acionistas de 2023. “Em outras palavras, abandone tudo o que aprendeu com seu herói, Ben Graham. Funciona, mas apenas quando praticado em pequena escala.”
Munger frequentemente dizia que mais importante do que fazer grandes acertos é evitar grandes fracassos. Essa mentalidade guiou muitas das decisões da Berkshire Hathaway.
Entre os ativos que Munger sempre rejeitou, está o bitcoin. Para ele, ativos sem valor intrínseco claro jamais deveriam entrar em uma carteira de investimentos.
Em diversas ocasiões, Munger deixou claro o que pensava sobre o tema: “Para mim, é simplesmente demência. Acho que para os traders profissionais que se envolvem com criptomoedas, é simplesmente repugnante. É como se outra pessoa estivesse negociando cocô e você decidisse: ‘Não posso ficar de fora’”, disse ele em 2018.
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Munger foi mais do que o sócio de Buffett. Foi um arquiteto silencioso por trás do sucesso da Berkshire Hathaway, e uma fonte inesgotável de sabedoria para gerações de investidores.
Mesmo após sua morte, as ideias de Charlie Munger continuam vivas, guiando decisões, influenciando novas mentes e lembrando que, no mundo dos investimentos, o que parece simples muitas vezes é o mais eficaz.
Colaborou: Caroline Andrade.
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