

Adquirir um bem de forma parcelada e planejada, sem recorrer a empréstimos com juros altos, é o que atrai muitos brasileiros para os consórcios. Seja um carro, moto, imóvel ou eletroeletrônico, a modalidade reúne pessoas com o mesmo objetivo, em grupos organizados por uma administradora autorizada pelo Banco Central do Brasil (BC).
Apesar das vantagens, especialistas recomendam atenção redobrada antes de assinar o contrato. Os pagamentos são feitos em parcelas mensais reajustadas por indicadores como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), e a contemplação do crédito ocorre por sorteios ou lances.
Você acha que não consegue guardar dinheiro e precisa de um boleto para destinar a uma compra de um bem? Não tem pressa para obter o bem imediatamente? Então, o consórcio pode ser uma alternativa para você.
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Essa é a análise de especialistas consultados pelo portal E-Investidor, que destacam o perfil ideal de quem pretende investir nessa modalidade.
O educador financeiro e especialista em investimentos Eduardo Reis Filho ressalta que, antes de tomar qualquer decisão, é preciso planejamento. “É importante avaliar se as parcelas cabem no seu bolso, escolher uma administradora de confiança, fazer simulações comparando diferentes valores e prazos, e ter paciência”, orienta.
A paciência, aliás, é uma das chaves para evitar frustrações, conforme explica a psicanalista Márcia Tolotti. Ela destaca que o tempo de espera pode variar muito, e isso deve ser levado em conta pelo consumidor. “Então, a pessoa tem que ter uma consciência e uma autorresponsabilidade de saber que poderá ser contemplada apenas no final (do consórcio)”, afirma Tolotti, alertando que não se pode contar apenas com a sorte.
Além de paciência, a disciplina com os pagamentos também é essencial. Eliane Tanabe Deliberali, da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), destaca que a inadimplência pode trazer prejuízos. “Mesmo tendo a possibilidade de passar a cota para outro interessado, sempre vai ter um deságio, e, com isso, perda de parte do que a pessoa pagou”, explica. Segundo ela, o consórcio não é indicado para quem tem dificuldades em manter os boletos em dia.
Como evitar cair em golpes de consórcio?
Com o aumento da procura, também crescem as tentativas de golpe envolvendo falsos consórcios. Para evitar transtornos, o Banco Central do Brasil orienta os consumidores a seguir algumas precauções importantes:
- Verificar no site do Banco Central se a administradora está autorizada a funcionar;
- Consultar a reputação da empresa em órgãos de defesa do consumidor, como os Procons;
- Analisar o ranking de reclamações do BC e o site consumidor.gov.br;
- Ler o contrato de adesão com atenção antes de assinar;
- Evitar pagamentos em dinheiro. A recomendação é pagar via transferências bancárias ou cheques nominativos, formas que permitem comprovação.
A adesão ao consórcio pode ser uma alternativa viável para quem busca planejamento financeiro e está disposto a esperar. No entanto, exige pesquisa, paciência e disciplina. Sem isso, o sonho de adquirir um bem pode se transformar em uma grande dor de cabeça.
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Colaborou: Gabrielly Bento.