Na hora de efetuar uma compra com cartão de crédito, a dúvida entre pagar à vista ou parcelar é quase universal. A decisão envolve uma série de variáveis, incluindo o preço do produto, a situação financeira do consumidor e as condições oferecidas pelo vendedor.
Gilvan Bueno, sócio e gerente educacional da Órama Investimentos, alerta que o cartão de crédito não deve ser visto como um complemento da renda. É fundamental ter consciência do orçamento mensal para evitar endividamentos futuros.
À vista com desconto ou parcelamento sem juros?
Para quem tem a possibilidade de negociar, pagar à vista pode ser vantajoso, especialmente se houver desconto. O planejador financeiro Marlon Glaciano sugere que um abatimento de 5% já pode ser mais atrativo do que a rentabilidade de um investimento que remunera 100% do CDI, que gira em torno de 0,7% ao mês, já descontado o Imposto de Renda.
No entanto, nem todos têm a capacidade de pagar à vista, e, nesses casos, o parcelamento sem juros pode ser a melhor opção. Carol Stange, educadora em finanças pessoais, aponta que essa modalidade pode ajudar a não comprometer o orçamento mensal e a manter os objetivos financeiros em dia.
A prazo: riscos e vantagens
Apesar de facilitar a aquisição de bens mais caros, o parcelamento pode ser uma armadilha se não for bem planejado, levando a uma “bola de neve” de dívidas. Glaciano destaca que o crédito rotativo, acionado quando se parcela o pagamento de uma fatura, pode ter juros de até 440% ao ano.
Bueno ressalta que muitas vezes os juros já estão embutidos nos preços apresentados como “sem juros”, e alerta para o fenômeno psicológico que faz com que o consumidor sinta que está pagando menos ao comprar parcelado.
Apesar dos riscos, o parcelamento sem juros, quando usado conscientemente, pode ser uma ferramenta útil para equilibrar os gastos ao longo do tempo, segundo Stange. Confira na matéria do E-Investidor qual é a recomendação unânime dos especialistas.