A Flórida se prepara para enfrentar mais um poderoso furacão. Milton, que já alcançou a categoria 4, tem potencial para se intensificar e chegar à categoria 5, a mais destrutiva. Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, ele deve atingir a costa sudeste da Flórida na noite desta quarta-feira (9).
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A previsão causa apreensão, especialmente porque o estado ainda está lidando com os estragos deixados pelo furacão Helene, que, há menos de duas semanas, resultou em mais de 200 mortes.
De acordo com o portal Axios, os danos causados por Helene já estavam sobrecarregando o mercado de seguros da região, e agora o Milton promete trazer mais desafios para os proprietários de imóveis e seguradoras. No entanto, especialistas afirmam que, embora o impacto seja significativo, não deve provocar um colapso no setor de seguros do estado.
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A Flórida é conhecida por ter alguns dos maiores custos médios de seguros residenciais dos Estados Unidos, e os eventos climáticos extremos só agravam a situação. Apesar dos temores de que o furacão Helene pudesse desestabilizar ainda mais o já fragilizado mercado de seguros, ele não será o responsável por grandes mudanças nos custos de cobertura, segundo especialistas do setor.
O principal problema enfrentado pelos moradores é a cobertura limitada contra inundações. A maioria das apólices padrão não inclui esse tipo de proteção, e as inundações são justamente uma das principais causas de destruição durante os furacões. O seguro contra inundações é oferecido, em grande parte, pelo National Flood Insurance Program, enquanto as seguradoras privadas cobrem principalmente danos causados por ventos, granizo e outros desastres.
“Se você não tiver um seguro específico para inundações, talvez não tenha onde reivindicar um seguro”, alertou Jimmy Patronis, CFO da Flórida, em entrevista recente. Esse é o cenário enfrentado por muitos proprietários de imóveis no estado, já que apenas uma pequena parte dos residentes possui essa proteção adicional.
Os danos causados por Helene foram considerados moderados, com perdas estimadas entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões, valor consideravelmente inferior aos estragos provocados por furacões anteriores, como Ian em 2022 e Michael em 2018. Especialistas do Insurance Information Institute destacam que, apesar de significativos, os prejuízos não devem comprometer a sustentabilidade das seguradoras na Flórida.
Impacto no mercado financeiro
Segundo reportagem da Reuters, o mercado de seguros de propriedade e acidentes nos EUA sofreu um abalo na última segunda-feira (7), quando o furacão Milton se intensificou em direção à costa oeste da Flórida. As ações das principais seguradoras do setor registraram quedas, refletindo o temor de mais um ano marcado por pesadas perdas devido à temporada de furacões.
Eventos como Milton e Helene estão pressionando as seguradoras, que têm enfrentado grandes prejuízos nos últimos anos. As perdas por desastres naturais, como furacões, são cada vez mais frequentes e afetam diretamente os lucros das empresas, devido aos altos custos com indenizações por danos materiais e interrupção de atividades econômicas.
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Com a temporada de furacões ainda em andamento, o mercado de seguros nos Estados Unidos, e especialmente na Flórida, segue em estado de alerta. A repetição de eventos climáticos extremos desafia a resiliência das seguradoras e aumenta a preocupação entre os consumidores, que veem seus custos subirem a cada nova catástrofe.
Colaborou: Gabrielly Bento.