A legislação brasileira reconhece que a CNH é fundamental. Imagem: Adobe Stock.
A possibilidade de perder a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por conta de uma dívida tem gerado dúvidas entre muitos brasileiros. Recentemente, esse debate voltou à tona após um credor pedir a suspensão da CNH de um devedor como forma de pressioná-lo a quitar um débito. A justificativa era de que o devedor estaria dificultando o processo de execução ao esconder bens que poderiam ajudar na quitação.
Porém, de acordo com o Tribunal de Justiça do Mato Grosso, ao analisar o caso, o juiz entendeu que suspender a CNH não ajudaria diretamente a cobrar essa dívida. Ele considerou essa medida exagerada e sem utilidade real, já que não ajudaria a recuperar o dinheiro do credor.
Segundo as regras da Justiça, a cobrança de dívidas deve ser feita sobre os bens do devedor, como o seu dinheiro, imóveis ou veículos, e não afetar sua liberdade ou documentos pessoais. Medidas mais duras, como tirar a CNH ou bloquear o passaporte, só podem ser usadas em casos muito graves, quando há sinais claros de que a pessoa está tentando esconder seus bens.
Direito de dirigir é protegido pela lei
A legislação brasileira reconhece que a CNH é fundamental para muitos cidadãos, especialmente para aqueles que dependem do documento para trabalhar ou se deslocar diariamente. Por isso, decisões judiciais costumam proteger esse direito, considerando a retirada da carteira como uma penalidade excessiva diante de uma dívida civil.
Credor deve buscar meios legais e proporcionais
Contudo, o caminho mais adequado para recuperar esses valores devidos é solicitar medidas como a penhora de bens ou busca por imóveis registrados em nome do devedor.
Assim, você pode se tranquilizar: casos em que a CNH é suspensa por inadimplência são exceções. A Justiça tem priorizado abordagens que respeitam os direitos fundamentais e evitam abusos na cobrança de dívidas.