O mercado imobiliário é um dos principais pontos de tensão entre as gerações. Imagem: Adobe Stock.
A desigualdade econômica nos Estados Unidos tem ganhado um novo foco: o contraste entre gerações. Enquanto muitos jovens enfrentam dificuldades para alcançar estabilidade financeira, os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, concentram a maior parte da riqueza do país.
Segundo a Fortune, essa geração detém cerca de US$ 82 trilhões em patrimônio, mais que o dobro do que acumula a Geração X e quatro vezes mais do que os millennials (Geração Y).
Qual é a geração mais rica dos Estados Unidos?
Dados de uma pesquisa da Universidade de Nova York mostram que, desde a década de 1980, a diferença de riqueza entre os mais velhos e os mais jovens só aumentou.
Enquanto os boomers aproveitaram a valorização de imóveis e ações, os jovens adultos têm acumulado dívidas, em especial, financiamentos habitacionais.
O avanço da idade não impediu os boomers de manterem e expandirem seus ativos, ao passo que os mais jovens lutam para dar os primeiros passos rumo à independência financeira.
A casa própria como um sonho distante para os jovens
O mercado imobiliário é um dos principais pontos de tensão entre as gerações. A geração Y e a Z enfrentam preços altos, oferta limitada e dificuldades de crédito, sendo que os millennials com filhos são proprietárias de apenas 14,2% das residências do país e a Geração Z detém uma parcela mínima, de apenas 0,3%, segundo dados de 2024 da Redfin.
Por outro lado, muitos boomers continuam morando em imóveis espaçosos, mesmo após os filhos saírem de casa, e preferem permanecer ali, seja para envelhecer no próprio lar ou deixar o bem como herança. Hoje, os baby boomers residem em quase 30% das casas grandes nos EUA — o dobro da presença registrada entre os millennials com filhos.
Investimentos e crescimento patrimonial
Além dos imóveis, os baby boomers também ampliaram sua riqueza com investimentos em ações. Embora todas as gerações tenham aumentado sua exposição ao mercado financeiro, os ganhos dos boomers superaram os das demais, consolidando sua posição como a geração mais rica dos Estados Unidos.
No começo de 2025, a geração dos baby boomers concentrava aproximadamente 54% do total de ações, equivalentes a mais de US$ 25 trilhões, de acordo com números do Federal Reserve compilados pelo The Motley Fool. Já os millennials possuíam uma fatia bem menor: 8,2% do mercado acionário, estimada em US$ 3,9 trilhões.
Essa concentração de riqueza nas mãos dos mais velhos levanta debates sobre acesso a oportunidades e mobilidade social nos Estados Unidos. A disparidade entre gerações tende a impactar o comportamento do mercado imobiliário, a dinâmica de heranças e o planejamento econômico das novas gerações. Enquanto os jovens tentam conquistar estabilidade, os baby boomers seguem no topo da pirâmide econômica americana.