A busca por ações que ofereçam um bom retorno em dividendos é uma constante no mercado financeiro. E o Banco do Brasil (BBAS3) tem se destacado como uma das preferidas dos analistas, mesmo com mais de 200 anos de história.
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De acordo com esta matéria do E-Investidor, investidores em busca de boas oportunidades na Bolsa de Valores frequentemente se voltam para setores resilientes, como bancos, energia, seguros, saneamento e telecomunicações, conhecidos pelo acrônimo BESST.
Entre as ações mais recomendadas neste grupo, o Banco do Brasil (BBAS3) se destaca como uma das opções mais possíveis, especialmente para quem foca em dividendos e crescimento de longo prazo.
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No portfólio de empresas que recomendam as ações do banco estão: Vida de Acionista, GuiaInvest, Terra, AGF, MSX Invest, Blue3 Research e VG Research. Mas o que faz deste banco estatal uma escolha tão recomendada pelos analistas?
O Banco do Brasil possui uma trajetória que demonstra sua capacidade de superar crises e se manter competitivo no setor financeiro. Rafael Ratto, analista da AGF, destaca que o banco continua a apresentar um crescimento significativo em termos de rentabilidade e eficiência.
No primeiro semestre de 2024, o BBAS3 apresentou um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 21,7% e um índice de eficiência de 25,5%, o menor de sua história. Esses números refletem a habilidade do banco em controlar despesas e gerar receitas de forma consistente.
A política de dividendos do Banco do Brasil também é bastante atrativa para os investidores, com distribuição de proventos em oito lucros ao longo do ano. Isso fornece um fluxo de caixa contínuo e previsível para quem busca renda passiva.
Potencial de valorização
Apesar de entregar resultados semelhantes aos de grandes bancos privados, como o Itaú (ITUB4), o Banco do Brasil negocia com um desconto significativo em relação aos seus concorrentes.
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Segundo Renato Reis, analista da Blue3 Research, enquanto o Itaú negocia a 1,79 vezes o valor patrimonial, o BBAS3 é avaliado a 0,86 vezes, o que representa uma oportunidade para o investidor adquirir as ações por um preço mais baixo, com potencial de valorização futura. Esse desconto também impacta positivamente o retorno em dividendos (dividend yield), que pode superar os pares do setor.
Outro ponto de destaque é a robustez da carteira de crédito do Banco do Brasil. A instituição tem uma forte presença no crédito consignado para servidores públicos, que apresenta baixa inadimplência. Além disso, a carteira voltada para o agronegócio, setor estratégico para a economia brasileira, também tem se mostrada rentável, apesar dos desafios recentes enfrentados pelo segmento.
Embora seja uma instituição sólida, o Banco do Brasil não é imune a riscos. Milton Rabelo, analista da VG Research, alerta para a possibilidade de interferências governamentais, que poderiam pressionar o banco a conceder crédito subsidiado com menores margens de lucro, afetando a rentabilidade.
Apesar de o banco ter historicamente mantido uma boa disciplina de execução, há uma preocupação sobre como possíveis decisões políticas poderiam impactar os resultados.
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Outro ponto de atenção é a taxa de inadimplência, que tem apresentado um leve aumento, enquanto os concorrentes registram uma trajetória de queda. Isso pode forçar o banco a aumentar as Provisões para Devedores Duvidosos (PDDs), o que impactaria diretamente seus lucros e, consequentemente, a capacidade de distribuir dividendos.
Além disso, o desempenho do Banco do Brasil está diretamente ligado à economia nacional. Marco Saravalle, analista da MSX Invest, observa que uma recessão econômica poderia reduzir a carteira de crédito do banco, aumentar a inadimplência e diminuir a rentabilidade, colocando pressão sobre os resultados da instituição.
Colaborou: Gabrielly Bento.