A alta dos rendimentos dos títulos de renda fixa americanos (Treasuries) e do dólar ante maioria das moedas pode pressionar os juros futuros nesta segunda-feira. Nos mercados globais pairam as incertezas com os desdobramentos da guerra entre Israel, com ajuda dos Estados Unidos, contra o Irã. No sábado, os EUA atacaram instalações nucleares iranianas e Israel dá continuidade aos bombardeios nesta manhã.
Analistas avaliam o risco de disparada dos preços do petróleo com uma escalada no conflito, o que traria riscos inflacionários, mas por enquanto o movimento é moderado, com avanço de menos de 1% da commodity nesta manhã.
Na sexta-feira, os juros longos cederam com ajustes ao tom mais duro do Copom de manter a Selic elevada por tempo bastante prolongado, enquanto os curtos subiram diante da perspectiva de a taxa básica ficar em 15% até o fim de 2025.
As atenções agora ficarão na ata do Copom, que sai amanhã. Analistas querem saber mais da visão do Banco Central sobre manter a Selic por um “período bastante prolongado” em patamar significativamente contracionista. Informações sobre a avaliação do BC em relação à moderação na atividade doméstica e o quanto as incertezas externas e domésticas influenciam na definição do nível terminal da Selic também serão buscadas no documento.
Hoje o Boletim Focus traz que a mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 caiu de 5,25% para 5,24%, a quarta baixa seguida. A taxa está 0,74 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. A projeção para o IPCA de 2026 permaneceu em 4,50% pela sexta semana consecutiva, colada ao teto da meta. A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela 18ª semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 caiu de 3,85% para 3,83%.
A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada nos próximos 12 meses passou de 4,72% para 4,69%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, válida a partir deste ano.
A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 aumentou de 2,20% para 2,21%, a terceira alta seguida. A estimativa intermediária para o crescimento da economia brasileira em 2026 aumentou de 1,83% para 1,85%.
O mercado segue atento ao quadro fiscal. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, defendeu na semana passada, em entrevista à CNN, que a contenção do Orçamento não é apenas uma medida que está na mesa do governo, mas uma realidade, lembrando dos bloqueios e contingenciamentos já feitos pelo governo, que somam R$ 31,3 bilhões e foram anunciados em maio. A avaliação do número 2 da Fazenda é de que a necessidade de aperto no Orçamento diminuiu com o decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a medida provisória com ações alternativas.
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) moderou o ritmo de alta a 0,19% na terceira quadrissemana de junho, após elevação de 0,25% no período anterior. As informações foram divulgadas há pouco pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o IPC-S acumula agora alta de 4,26% nos últimos 12 meses e de 2,72% em 2025.