O dólar hoje iniciou as primeiras negociações de terça-feira (1) no campo negativo, com uma queda de 0,17%, cotado a R$ 5,4248. Contudo, por volta das 11h (de Brasília), a moeda americana inverteu o sinal e registrou uma leve alta 0,0230%, negociado a R$ 5,4533. O comportamento da divisa americana acontece em meio à alta do petróleo, pressões para corte de juros nos Estados Unidos e à espera pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, no fórum do Banco Central Europeu (BCE) na manhã de hoje.
O recuo da cotação do dólar também é influenciado pelo interesse dos investidores por economias emergentes. No primeiro semestre deste ano, a bolsa brasileira registrou a maior entrada de capital estrangeiro nos últimos três anos, com um fluxo de R$ 25,2 bilhões entre os meses de janeiro a junho. O volume reflete a busca dos investidores pela diversificação de ativos diante das incertezas macroeconômicas.
“O dólar iniciou o segundo semestre renovando suas mínimas frente ao real, com o enfraquecimento global da moeda americana diante das incertezas comerciais e da crescente pressão por cortes de juros nos Estados Unidos”, diz Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP. O câmbio também pode ser influenciado pela decisão do governo em acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para manter o decreto relacionado ao aumento do imposto sobre aplicações financeiras (IOF) que foi derrubado pelo Congresso na última semana.
Dólar em queda
O fraco desempenho da moeda americana não se limita apenas às primeiras horas da sessão de hoje. Em junho, o dólar encerrou com uma desvalorização de 4,99%, sendo negociado a R$ 5,43 no pregão de segunda-feira (30). Como mostramos nesta reportagem, a política monetária do Brasil, que ainda permanece bastante restritiva, teve forte peso no desempenho do mercado de câmbio.
Com a Selic a 15%, os investidores internacionais encontram no Brasil uma oportunidade de ganhar dinheiro com a diferença de juros em relação a outras economias, especialmente as desenvolvidas. Contudo, Costa ressalta que, para que a valorização do real frente à moeda americana siga consistente, será necessário que haja avanços na agenda econômica doméstica, como a redução do risco fiscal. “A valorização do real segue sustentada por fatores técnicos e globais, mais do que por fundamentos domésticos”, reforça o especialista. Em 2025, a cotação do dólar acumula uma queda de 12,11%.