

Por Daniel Rocha
31/07/2025 | 9:17 Atualização: 31/07/2025 | 17:57

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O dólar teve um pregão volátil nesta quinta-feira (31), depois de abrir a sessão com ganhos contra o real. No início da manhã, a moeda americana chegou a bater R$ 5,62, mas reduziu o ritmo até encerrar o dia a R$ 5,6008, com uma alta de 0,21%.
O desempenho do dia consagra julho como o pior mês do câmbio em 2025, com uma valorização acima de 3% do dólar à vista – encerrando julho com uma valorização de 3,07%, a maior desde novembro de 2024.
A volatilidade do mercado de câmbio reflete as incertezas políticas comerciais causadas pelas tarifas de Donald Trump, presidente dos EUA, e sanções americanas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que será punido pela Lei Magnitsky. A legislação é destinada para autoridades de regimes ditatoriais e condenados por tortura e tráfico humano. Entre as penalidades estão a proibição de entrar nos Estados Unidos e o bloqueio de bens e propriedades que estejam localizados no território americano.
A decisão da Casa Branca faz parte dos desdobramentos das investidas de Trump contra o Brasil. No dia 9 de julho, quando anunciou as tarifas contra o País, o republicano justificou a alíquota de 50% como uma resposta ao tratamento dado pelas instituições brasileiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no julgamento pela trama golpista, e às decisões do STF contra empresas americanas de tecnologia. No entanto, na tarde de ontem, o governo americano decidiu flexibilizar as tarifas contra o País.
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Trump estendeu o prazo para o início da cobrança das taxas de 50% para o dia 6 de agosto. Antes, a previsão era que as alíquotas entrassem em vigor nesta sexta-feira (1). O republicano também listou 694 produtos que ficarão de fora do tarifaço. Castanha-do-pará, polpa de laranja, categorias de sumo de laranja e as aeronaves da Embraer (EMBR3) fazem parte dos itens brasileiros que ficarão de fora da taxação extraordinária que elevou o imposto sobre os produtos domésticos de 10% para 50%. Veja os detalhes nesta reportagem do Estadão.
O Broadcast apurou que os produtos beneficiados com a isenção pode reduzir em 41% o impacto do tarifaço sobre o Brasil. Os cálculos preliminares são da Leme Consultores. Apesar desse alívio, o setor empresarial pede negociação com os EUA para flexibilizar as tarifas dos setores que ficam de fora da lista de exceção, como o café e a carne bovina.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o diálogo e que está disposto a negociar aspectos comerciais da relação entre o Brasil e os Estados Unidos. “Nossa economia está cada vez mais integrada aos principais mercados e parceiros internacionais”, diz a nota, divulgada nesta noite pela Presidência da República. “Já iniciamos a avaliação dos impactos das medidas e a elaboração das ações para apoiar e proteger os trabalhadores, as empresas e as famílias brasileiras.”
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na manhã de hoje que o governo está no “ponto de partida” de negociação com a Casa Branca. Ele defendeu ainda uma maior integração comercial com os Estados Unidos. “Em 2003, o comércio com os Estados Unidos representava 25% das nossas exportações. Hoje, representa apenas 12%. Em vez de crescer, nós diminuímos”, disse o ministro.
Ontem, o dólar encerrou a sessão em alta de 0,35%, cotado a R$ 5,5892.
Com informações do Broadcast
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