Incerteza sobre regras do IOF pode pressionar o câmbio nos próximos dias. (Foto: Adobe Stock)
O dólar hoje opera em baixa, depois de iniciar as negociações de quarta-feira (16) no campo positivo com os novos desdobramentos das ofensivas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, contra o Brasil e o impasse sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na abertura, por volta das 9h, o câmbio sofreu com alta de 0,20%, cotado a R$ 5,5693. No entanto, ao longo da tarde, o câmbio inverteu o sinal com as críticas de Trump ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Às 14h30 (de Brasília), os ganhos da moeda americana deram espaço para uma leve queda de 0,20%, com mínima de R$ 5,547.
Segundo informações da CBS News, o republicano teria consultado deputados aliados se havia possibilidade para demitir Powell do seu cargo como presidente do Fed. A notícia causou uma aversão ao risco nos mercados. Às 14h30 (de Brasília), o índice DYX que mede o desempenho do dólar em comparação a uma cesta de moedas estrangeiras, recua 0,43%. Apesar da repercussão, Trump negou qualquer intenção de mudar a presidência do Fed, mas aproveitou o esclarecimento para criticar o chefe do BC americano. “Ele cortou os juros para ajudar os democratas. Powell é terrível! Já perdemos muitos dólares”, disse o presidente americano no Salão Oval da Casa Branca.
Mais cedo, o desempenho do dólar frente ao real estava mais relacionado a nova ofensiva do republicano ao determinar uma investigação sobre as supostas práticas brasileiras que são prejudiciais às empresas americanas. A medida surgiu em meio às tentativas do governo brasileiro em negociar com a Casa Branca sobre as tarifas de 50% para os produtos brasileiros, que entram em vigor no dia 1º de agosto.
Nesta semana, o Poder Executivo publicou no Diário Oficial da União o decreto, responsável por regulamentar a lei da reciprocidade econômica. A legislação, aprovada pelo Congresso Nacional, prevê retaliações e a suspensão de acordos comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual. A ideia do governo é utilizá-la como alternativa caso o Brasil não consiga um acordo com Trump sobre as tarifas.
Paralelo a isso, fica no radar o impasse em torno do IOF após a sessão de conciliação, promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), terminar sem um acordo. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, sinalizou que pode decidir rápido sobre o imbróglio. Segundo informações do Broadcast, ventilam nos bastidores de que o ministro decida pelo aumento do IOF, mas rejeite ou altere sobre os pontos as operações que o imposto não era aplicado.
Na sessão de terça-feira (15), o dólar encerrou o dia em baixa de 0,47%, cotado a R$ 5,581.