Somente neste início de semana, a gestora Esh Capital sofreu duas derrotas relacionadas ao embate com os administradores da Gafisa (GFSA3). No último sábado (16), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) declarou irregular a assembleia geral extraordinária (AGE) convocada de forma independente pela Esh para 18 de março, com o intuito de deliberar sobre a responsabilização judicial da gestão da empresa face a supostos danos causados à construtora, destituição dos atuais membros do Conselho de Administração e eleição de novos nomes para os cargos.
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A data considerada lícita seria a de 26 de abril, estipulada pela própria Gafisa. Contudo, nesta terça-feira (19), a companhia anunciou que uma decisão judicial tomada em câmara de arbitragem de companhia de deliberar os temas indicados pela Esh. Portanto, a AGE de 26 de abril foi cancelada.
“A CEO da Gafisa, Sheyla Resende, em nota, manifestou que a Gafisa está muito satisfeita com este desfecho, pois as decisões demonstram a percepção dos órgãos de controle sobre o quanto as investidas da Esh Capital têm prejudicado a companhia”, disse a empresa, em nota enviada à imprensa.
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Em meio às decisões da CVM e da justiça, os papéis da Gafisa despencaram. Na última segunda (18), a GFSA3 terminou o dia em baixa de 16,5%, aos R$ 7,93. Até às 12h11 desta terça (19), os papéis cediam mais 11,73%, aos R$ 7. No acumulado desses dois primeiros dias da semana, os ativos acumulam uma derrocada de mais de 26%.
Conflito que se arrasta
Os conflitos entre a Esh e a administração da Gafisa se arrastam há mais de 1 ano. A gestora acusa o megaempresário Nelson Tanure de omitir sua real posição na construtora por meio de múltiplos veículos de investimento e aponta irregularidades na gestão. Na outra ponta, a empresa condena a atuação da Esh, considerada danosa à companhia.
Com o cancelamento das AGEs convocadas em função da Esh, agora os olhares se voltam para o aumento de capital por subscrição privada, aprovado em 11 de março deste ano pelo Conselho de Administração da Gafisa. O valor total da emissão deve ficar entre R$ 157,2 milhões e R$ 550,2 milhões, e a preocupação fica em torno da possível diluição da base acionária.
Vale lembrar que no dia 7 de março, o então diretor financeiro e de relações com investidores, Edmar Prado Lopes Neto, renunciou ao cargo. Na próxima terça (26), a empresa divulga os resultados referentes ao 4º trimestre do ano passado.
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