Eletrobras avança na B3 após revisão positiva do Itaú BBA, que elevou o preço-alvo e reforçou o potencial de valorização da elétrica. (Foto: Adobe Stock)
As ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) iniciaram a semana em alta, refletindo o otimismo dos investidores diante de projeções mais favoráveis para a companhia. Nesta segunda-feira (15), às 14h53, ELET6 subia 3,91%, cotada a R$ 51,00, enquanto ELET3 avançava 3,87%, a R$ 48,09. O movimento acompanha a revisão positiva feita pelo Itaú BBA, que elevou o preço-alvo da elétrica para R$ 63,30 por ação ao fim de 2026 – acima dos R$ 54,90 estimados para 2025 – e reiterou recomendação de outperform (equivalente à compra).
De acordo com os analistas Filipe Andrade, Luiza Candiota e Victor Cunha, a atualização reflete “uma curva de preços de energia mais alta” e também “um fluxo de pagamento do RBSE [Rede Básica do Sistema Existente] aprimorado para os próximos anos”.
A avaliação demonstra maior confiança no horizonte de resultados da companhia, que recentemente teve incertezas regulatórias eliminadas após acordo com o governo sobre o direito de voto e a definição do cronograma do RBSE.
Segundo o Itaú BBA, a combinação desses fatores coloca a Eletrobras em posição estratégica no setor elétrico. Os analistas do relatório destacaram:
A empresa oferece atualmente uma das perspectivas de valorização mais assimétricas em nossa cobertura e também pode se tornar uma das melhores companhias de dividendos do setor.
A influência do preço da energia nas ações
Outro ponto de atenção foi a atualização das premissas de preços de energia.
O banco passou a trabalhar com valores de R$ 251/MWh em 2026, R$ 213/MWh em 2027, R$ 190/MWh em 2028, R$ 200/MWh entre 2029 e 2032 e R$ 160/MWh a partir de 2033.
A cada R$ 10/MWh acrescentado entre 2026 e 2032, o preço-alvo sobe 3,6%, enquanto o mesmo ajuste a partir de 2033 eleva a projeção em 3%.
“Em nossa opinião, o preço atual das ações da Eletrobras implica um preço médio de energia de longo prazo de R$ 108/MWh (de 2029 em diante), o que parece substancialmente conservador e não reflete a direção em que o balanço energético do País está se movendo”, afirmam.
A análise também destaca o potencial da empresa na geração de valor para acionistas. A política de alocação de capital, segundo o relatório, pode garantir dividend yield (relação entre dividendos pagos e o preço atual da ação) médio de 6,9% nos próximos cinco anos em um cenário conservador – e até 15,8% no caso de confirmação da curva otimista de preços de energia.
Além disso, os investimentos em projetos brownfield (ou seja, os que contam com investimentos externos mesmo depois de já estarem em andamento) de transmissão devem quase dobrar, passando de R$ 3,3 bilhões em 2024 para cerca de R$ 6 bilhões anuais no médio e longo prazo, o que reforça a expectativa de geração robusta de caixa.
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O Itaú BBA ainda lembra que, após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, a companhia apresentou ao mercado a metodologia que norteará sua política de alocação de capital. “Desde então, observamos um ponto de inflexão significativo na tese, à medida que ficou mais claro como a Eletrobras avaliará sua capacidade de distribuir dividendos”, conclui o banco.