O Citi mantém visão positiva para Rede D’Or (RDOR3) e Hapvida (HAPV3) após a realização da “16th Brazil Equities Conference”, realizada pelo banco esta semana em São Paulo e que reuniu dez das principais empresas do setor de saúde e farmacêutico. Por outro lado, o Citi tem visão mais cautelosa em relação às empresas Hypera (HYPE3) e Fleury (FLRY3), sugerindo que ainda há desafios a serem superados.
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Em relatório, os analistas Renan Prata e Leandro Bastos destacam que Hapvida está focada em reduzir custos em 2024, por meio de maior verticalização e padronização de protocolos. Essas medidas, somadas à recuperação nos reajustes de preços, devem diminuir a sinistralidade, mantendo a tendência de melhoria dos últimos cinco trimestres.
No segundo trimestre de 2024, a utilização de serviços de saúde aumentou, principalmente devido a casos de dengue. Comercialmente, o Citi avalia que a empresa viu um crescimento nas vendas, especialmente em segmentos como Pequena e Média Empresas (PME) e individual. Contudo, o impacto nos planos de grandes corporações foi limitado.
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O Citi ainda avaliou que a integração das operações em São Paulo está em progresso, com as primeiras três fases de integração do sistema operacional em hospitais e clínicas já concluídas. A implementação do sistema de saúde é o próximo passo importante a ser adotado pela empresa. As despesas gerais e administrativas devem ter uma diluição limitada em 2024, com melhoria prevista para 2025.
Para o futuro, o banco aponta que a empresa planeja reajustar os preços para grandes corporações em 2024, variando por região. Uma nova linha de produtos será lançada no segundo semestre de 2024, visando áreas específicas de São Paulo, como Guarulhos.
Rede D’Or
Ainda nos destaques positivos, o Citi avalia que Rede D’Or registrou alta ocupação hospitalar no segundo trimestre de 2024, com expectativa de aumento nos tíquetes no segundo semestre. Na Sulamérica, a lucratividade dos hospitais deve crescer devido à alta ocupação e iniciativas de eficiência e melhorias contínuas na sinistralidade.
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A expansão de leitos deve acelerar no segundo trimestre de 2024, com a empresa planejando abrir 400-600 leitos operacionais. Espera-se uma melhoria nos dias de recebíveis e a avaliação contínua de oportunidades de fusões e aquisições (M&A). O capex ( Designa o montante de dinheiro despendido na aquisição de bens de capital) total está projetado em R$2,5 a R$3,0 bilhões para 2024, com redução nos anos seguintes.
Hypera
Dentre as preocupações, o banco destacou Hypera, considerando que as tendências de sell-out (comercialização de produtos de um fabricante para um varejista) devem permanecer desanimadoras durante o segundo trimestre do ano, ainda impactadas por um desempenho abaixo do ideal em medicamentos respiratórios, bem como pela desaceleração geral do mercado.
Como resultado, as vendas de sell-in (venda que ocorre entre empresas) devem ser mais estáveis no segundo trimestre no comparativo anual. “Em suma, a empresa permanece confiante em sua orientação de crescimento de vendas de sell-in de alta de 9% para o ano inteiro, à medida que as tendências de topo provavelmente melhorarão”, resumem os analistas.
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Fleury
Para Fleury, o Citi espera uma melhoria nas vendas, impulsionado pelo impacto positivo do calendário em abril nas vendas B2C (modelo de negócio em que uma empresa vende seu produto ou serviço para o consumidor final), bem como pelo crescimento contínuo nas receitas de Lab-to-lab. Além disso, o banco ainda prevê uma expansão das margens de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que devem continuar a evoluir com base na diluição de custos fixos mais forte e uma mistura de vendas de maior margem, embora perdendo alguma velocidade em relação à expansão de margem.
Setor
Apesar dos desafios enfrentados pelo setor nos últimos anos, os analistas Renan Prata e Leandro Bastos destacam os discursos das empresas como “tranquilizadores”, com a maioria das empresas seguindo conforme o planejado e revelando estratégias.
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Segundo o Citi, as companhias relataram que as tendências de utilização de serviços de saúde se mantiveram elevadas durante o segundo trimestre de 2024, impulsionadas em grande parte por procedimentos de menor gravidade, como casos de dengue. Essa tendência sugere uma limitação natural nas implicações de custo para as empresas, um aspecto positivo em meio às incertezas econômicas.
Além disso, o início de um inverno mais ameno teve um impacto nas vendas de medicamentos contra gripe e problemas respiratórios, tradicionalmente mais demandados nesta época do ano. No entanto, esse impacto foi parcialmente compensado pelo aumento nas receitas de produtos de higiene pessoal, cosméticos e cuidados pessoais (HPC), equilibrando as expectativas para o desempenho do setor no período.