O Santander (SANB11) avalia que, apesar da forte evolução dos ADRs (American Depositary Receipts, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Embraer (EMBR3) nos últimos 12 meses, de 63%, o papel ainda se apresenta como um investimento atraente. Com isso, o banco elevou o preço-alvo de US$ 59 para US$ 62, o que representa um potencial de alta de 24,7% sobre o fechamento da última quarta-feira (14). A recomendação foi mantida em outperform (equivalente à compra).
As projeções do Santander são baseadas em vários fatores, segundo os analistas Lucas Esteves, Lucas Barbosa e Victor Tani. Um deles trata das expectativas de que a demanda na Divisão de Aviação Comercial deve permanecer sólida, considerando que os E1s continuam sendo significativamente populares no segmento de aviação regional da América do Norte e que os E2s devem continuar a aumentar as vendas globalmente (com potenciais melhorias de margem).
Outro ponto é a crença do banco de que o segmento de Defesa e Segurança pode representar um forte catalisador para a Embraer em um futuro próximo, com o “importantíssimo” avião de transporte C-390 Millennium bem posicionado para aumentar sua capilaridade no cenário global de transporte tático de médio porte.
Além disso, os níveis de valuation foram considerados interessantes, com um rendimento médio de fluxo de caixa livre (FCF) previsto de 4,3% entre 2025 e 2027, um múltiplo de 10,6 vezes o valor de mercado pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2025 e cerca de 13% a taxa de crescimento anual composta (CAGR) recorrente de Ebitda entre 2025 e 2028. Usando um modelo próprio, uma vez que não existe um concorrente comparável, o Santander avalia que os ADRs da Embraer estão sendo negociados atualmente com um desconto de 32% em relação aos pares.
Na atualização das estimativas para incluir resultados mais recentes da companhia e as premissas macroeconômicas, os analistas reduzirem em cerca de 3% o Ebitda projetado para 2025-2026, mas o lucro líquido previsto aumentou “devido à sólida geração de fluxo de caixa livre da empresa no quarto trimestre”.